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Flamengo, de Lorran, vence um Corinthians inexistente no ataque

A zona de rebaixamento volta a assombrar o Corinthians. No Campeonato Brasileiro, o time de António Oliveira só conseguiu uma vitória em seis jogos, com dois empates e três derrotas. É uma equipe muito frágil, limitada principalmente na parte ofensiva, que numa partida inteira raramente leva perigo para a defesa adversária.

As opções ofensivas não são de alta qualidade, e sim medianas. Gustavo Mosquito, Romero, Yuri Alberto e Pedro Raul são jogadores com qualidade discutível. Romero é esforçado, nunca desiste de uma jogada, faz gols importantes e para mim é o mais confiável desses acima. Pedro Raul e o Yuri Alberto são dois centroavantes com dificuldades técnicas e de fundamentos básicos de um atacante. Os dois têm dificuldades para dominar a bola, para finalizar e são facilmente marcados.

Gustavo Mosquito é veloz, tem o drible, mas não sabe muito bem o que fazer com isso. O ataque corintiano sobrevive das jogadas do garoto Wesley, que parte para cima de qualquer marcador e tem muita confiança nos seus dribles. Ginga e sai para os dois lados deixando qualquer lateral louco, só que não tem uma ajuda do mesmo nível. Não é um artilheiro, por isso o Corinthians precisaria ter ali na frente um centroavante de qualidade para aproveitar melhor as jogadas que ele cria.

A parte defensiva é mais ajeitada com dois ou três zagueiros, mas as laterais poderiam ser melhores. Fagner, além das entradas violentas que às vezes comete, não tem mais a mesma força; do outro lado, está jogando o Hugo, que talvez seja até um bom jogador, mas até agora não está acontecendo nada de diferente do que já havia.

Agora, o meio campo está complicado, principalmente como o António Oliveira arma. Esse meio de campo só funcionou na vitória por 3 x 0 contra o Fluminense. E não me venham falar que está faltando o Ranieri, porque já não funcionava antes, principalmente quando treinador pedia para ele se enfiar no meio dos zagueiros, deixando só dois no meio, sendo o setor que os adversários dominam o jogo.

Também falta criatividade, e isso sobrecarrega Rodrigo Garro, que é o único a criar algo de importante. Já Igor Coronado não se sabe se joga bem ou mal, se faz gols ou nã. A única coisa clara é que ganha um salário altíssimo, completamente desproporcional com a sua trajetória no futebol.

As dificuldades no Maracanã foram ainda maiores porque enfrentou um Flamengo que precisava desesperadamente iniciar uma recuperação. A crise estava ficando feia, e o Tite balançava de verdade, além do time carioca ser muito melhor tecnicamente com um elenco muito mais qualificado.

As alternativas que o Tite têm para escalar e mexer no time são de um nível técnico bem superior. O Flamengo dominou o jogo mesmo não fazendo uma partida brilhante e só correu risco em duas jogadas no segundo tempo com Rossi salvando com duas grandes defesas.

Destaque desse time, além do De La Cruz, é o garoto Lorran, que fez uma ótima partida marcando um belo gol também. Deu um tapa de classe deslocando totalmente o gigante Carlos Miguel.

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Fiquei pensando que está surgindo uma garotada muito boa de bola. Endrick, Vitor Roque, Luís Guilherme, Estevão, Lorran, o próprio Wesley e tantos outros bons jogadores jovens que ainda não explodiram. Com esse resultado, o Flamengo assume provisoriamente a liderança por pontos ganhos, mas ainda sem bola para isso.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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