Neto de piloto, cantor e promessa da F-1: saiba quem é Jules Bianchi
O acidente de Jules Bianchi no Grande Prêmio do Japão deste domingo causou comoção nos fãs da Fórmula 1. Embora a categoria não registre uma morte na pista desde o acidente fatal de Ayrton Senna na corrida de San Marino em 1994, não foram poucas as vezes que assustadores acidentes aterrorizaram fãs da categoria. E Bianchi é o protagonista do drama da vez na F-1, que encara a incerteza a respeito da carreira (e da vida) de mais um nome promissor.
Nascido na cidade de Nice (França) em 3 de agosto de 1989, Jules Bianchi vem de uma família de pilotos. Seu avô, Mauro Bianchi, foi três vezes campeão mundial em carros de turismo. O tio-avô de Jules, o belga Lucien Bianchi, correu na Fórmula 1 esporadicamente entre 1959 e 1968, conquistando um pódio (foi o terceiro lugar no GP de Mônaco de 1968), além de ter vencido as 24 Horas de Le Mans também em 1968.
O talento nas quatro rodas não demorou a aparecer. Em 2007, deixou o kart para disputar a Fórmula Renault 2.0 na França, conquistando o título com 11 pódios em 13 etapas. Nos anos seguintes, continuou a colecionar bons resultados: na Fórmula 3 europeia, foi terceiro colocado em 2008 e campeão em 2009, conquistando o terceiro lugar na GP2 em 2010 e 2011. Em 2012, foi vice-campeão da Fórmula Renault 3.5.
Foi neste intervalo que o francês entrou no radar das equipes da Fórmula 1. Em 2009, testou pela Ferrari, ganhando uma vaga na Academia de Pilotos da escuderia. Em novembro do ano seguinte, herdou o posto de piloto de testes do time, destacando-se nos testes de novatos. Em 2012, o francês foi emprestado para a Force India para ganhar experiência.
Com a experiência no time de Vijay Mallya e a campanha na Fórmula Renault 3.5 naquele ano, Bianchi passou a ser cotado para ganhar uma vaga de titular na Fórmula 1. Seu nome ganhou força na Ferrari para substituir Felipe Massa, mas a chance acabou vindo na Marussia. A equipe russa, que correria com motores Ferrari a partir de 2013, havia acertado com Luiz Razia, mas o brasileiro foi dispensado por questões financeiras.
Com um carro bastante limitado, Bianchi demorou a mostrar serviço. Em 2013, seu melhor resultado foi o 13º lugar no GP da Malásia. No entanto, em 2014, conseguiu um feito quase improvável ao levar a Marussia ao nono lugar no GP de Mônaco, somando dois pontos. Foi a primeira vez que um piloto terminou uma prova entre os dez primeiros com uma das três equipes nanicas que estrearam na categoria em 2010 – Marussia (então Virgin), Caterham (então Lotus) e HRT (então Hispania, já fechada).
Até o acidente deste domingo, Jules Bianchi estava em alta no mercado da Fórmula 1. Diante da iminente saída de Fernando Alonso, o francês era um azarão para a vaga na Ferrari, para a qual Sebastian Vettel é o favorito. Agora, seu destino no automobilismo é incerto. Sua presença no restante da temporada é improvável – o americano Alexander Rossi deve ocupar a vaga no GP da Rússia. Fora das pistas, a disputa de Bianchi agora não mais é por pontos, mas pela própria vida.
O Bianchi que canta
Fã de música eletrônica e de esportes, Jules Bianchi é conhecido como um piloto agradável fora das pistas. Mas para que pudesse conversar com outros pilotos, o francês passou por maus bocados. O motivo: a dificuldade com idiomas.
Francófono de nascimento, Bianchi não teve dificuldades para aprender o italiano – o idioma, além de ter raiz latina como o francês, já era falado por seus familiares. Mas e para aprender o inglês, idioma obrigatório no automobilismo internacional? Fácil: com dificuldades de pronúncia, Bianchi apelou para aulas de canto para melhorar seu inglês.
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