Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Deputado pede audiência pública e CBF está entre Ancelotti e Coronel Nunes

Enquanto o Diário MARCA estampa em sua primeira página que Carlo Ancelotti disse sim ao Brasil, o repórter Filippo Maria Ricci, de La Gazzetta dello Sport, na Itália, tem apuração mais ponderada. Afirma que Carletto sempre teve por base, em sua longa carreira, a palavra "fidelidade." Conhece a necessidade de, se sair do Real Madrid, fazê-lo pela porta da frente.

Já está claro que Juan, extraordinário zagueiro da seleção nas Copas do Mundo de 2006 e 2010, fará a convocação antes de 25 de maio. A Gazzetta dello Sport não trabalha com a certeza do acordo entre CBF e o treinador.

Em meio às negociações com o técnico mais vencedor da história do Real Madrid e da Champions League, um fantasma sobrevoa o prédio da CBF, na Barra da Tijuca. Chama-se Coronel Nunes.

Nesta segunda-feira, o deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) solicitou audiência pública para investigar a assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, no documento que homologou acordo para legalizar a primeira eleição de Ednaldo Rodrigues, em 2022.

Coronel Nunes foi presidente interino da CBF em dois períodos, entre dezembro de 2017 e abril de 2019, entre junho e agosto de 2021.

Sua assinatura, em fevereiro de 2025, ajudava a encerrar disputa jurídica e permitia a Ednaldo Rodrigues permanecer na presidência da CBF, sem necessidade de se votar o mérito de liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, que o devolveu ao cargo após um mês afastado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Ocorre que a assinatura do Coronel Nunes, em fevereiro de 2025, foi escrita dez meses após ter alegado à Justiça não ter "saúde para procurar assistência da Defensoria Pública ou Ministério Público a fim de celebrar acordo algum." Era uma solicitação contra os descontos na sua aposentadoria da Polícia Militar. A alegação era de não ter condições cognitivas.

Se não tinha essa capacidade motora em abril de 2024, foi ele mesmo quem assinou o acordo em fevereiro de 2025? Com que capacidade motora?

Na solicitação de audiência pública, o deputado Sargento Gonçalves convida Ednaldo Rodrigues, Coronel Nunes e sua esposa, o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ricardo Nonato Macedo de Lima, as testemunhas do acordo, Matheus Senna Silveira dos Santos e João Paulo di Carlo Conde Perez, e o médico da CBF, Jorge Pagura, que assinou laudo que atestava o déficit cognitivo de Coronel Nunes.

Continua após a publicidade

O atestado falava em "ataxia", em abril de 2023. A suspeita, pelo laudo, era de que Antônio Carlos Nunes de Lima tenha um quadro de hidrocefalia de pressão normal, doença que pode causar dificuldades de marcha, incontinência urinária e demência, devido ao aumento do líquido que circunda o cérebro.

Além da Câmara, cabe ao Ministério Público investigar se houve ou não houve fraude na assinatura.

Se houve, pode-se comprometer a assinatura do novo acordo, desta vez com Carlo Ancelotti. O técnico italiano pode aceitar o contrato com a CBF. Ele só será válido se for assinado pelo presidente eleito legitimamente e no exercício legal de seu mandato.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

1 comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.


Paulo Sergio de Souza

Coronel Nunes, o Tio Paulo da CBF ...

Denunciar