O Santos precisa mais de Neymar do que Neymar do Santos? Não é bem assim
As frases que saem fácil da boca nem sempre são as mais comprováveis pelo tempo.
Ler jornal velho é uma boa experiência neste sentido.
O retorno mais pesado do futebol brasileiro foi o de Romário. Decidiu voltar ao Rio, logo depois de ser eleito o melhor jogador do mundo.
O Barcelona não queria perdê-lo.
Completamente diferente de Ronaldo, que já tinha deixado o Milan quando chegou ao Corinthians, ou de Neymar, cuja rescisão de contrato foi aceita pelo Al Hilal, que nem sequer o havia inscrito para o campeonato saudita.
Mas Romário não fez tão bem ao Flamengo dos anos 1990 quanto Ronaldo ao Corinthians em 2009.
É quase consenso que o Santos precisa mais de Neymar do que Neymar do Santos.
Mas não é verdade, ou, pelo menos, não se trata de toda a verdade.
Neymar precisa muito do Santos e decidiu retornar para tentar se reencontrar com a felicidade de jogar futebol, com sua boa forma física, muito distante, com sua qualidade técnica — que depende de seu corpo.
O Santos precisa de Neymar por uma questão de recuperação de sua imagem, mais rapidamente do que seria sem ele.
Mas que só acontecerá se Neymar jogar bem.
Ninguém tem certeza se conseguirá atuar em nível internacional. Nem mesmo com índice nacional. Jorge Jesus já disse que, na Arábia, "não estava fácil"...
O Santos viveu sem Pelé e foi campeão com Juary e Pita. Contratou Serginho Chulapa, autor de gol de título, e renasceu com outra geração de meninos, de Diego Ribas. Tentou recuperar Robinho, que, antes de ser vilão e preso, foi coadjuvante de Neymar. Vendeu o Menino Ney para o Barcelona e foi campeão mesmo assim, com Gabigol em 2015 e 2016.
A notícia do retorno de Neymar é mais impactante do que a certeza inexistente se jogará bem.
O Santos viveu sem Pelé e pode renascer sem Neymar.
Decidiu que será com ele. Não está errado, nem certo.
O Santos entende que Neymar será importante para o clube.
Neymar também sabe que o Santos será importante para sua vida.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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