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Renovação apressada da arbitragem pode ser causa de trágicas atuações

Dos dez árbitros mais escalados no Brasileirão do ano passado, só três estavam na primeira rodada, entre sábado e domingo. O pernambucano Rodrigo José Pereira de Lima foi o segundo em 2023 e não cometeu erros graves em Internacional 2 x 1 Bahia, mas relatou ter sido ofendido no intervalo por um dirigente que julgava a arbitragem muito ruim. O catarinense Bráulio da Silva Machado, quinto mais escalado em 2023, foi elogiado depois de apitar Vitória 0 x 1 Palmeiras. O paulista Flávio Rodrigues de Souza, sexto mais utilizado em 2023, foi criticado por não marcar dois pênaltis, um para o Vasco, outro para o Grêmio.

Está claro que Wilson Luis Seneme tenta renovar o quadro de arbitragem e também que não há sinais de sucesso na empreitada, pelo menos na primeira rodada. Dos dez árbitros utilizados, dois estrearam em 2022, quatro em 2023, dois em 2014. Dois foram estreantes: Bruno Pereira Vasconcellos (BA) e Alex Gomes Stéfano (RJ).

Surpreendentemente não houve graves reclamações nem em Criciúma 1 x 1 Juventude, apitado pelo baiano, nem em São Paulo 1 x 2 Fortaleza, pelo árbitro da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

As maiores críticas foram ao mineiro André Luiz Policarpo Bento, pelo pênalti polêmico em Atlético Goianiense x Flamengo, e a Yuri Elino Ferreira da Cruz, do Rio de Janeiro, em Corinthians 0 x 0 Atlético. Os dois estrearam na Série A em 2023.

Dos dez árbitros mais escalados no ano passado, sete estiveram ausentes da primeira rodada: Raphael Claus, Ramon Abatti Abel, Anderson Daronco, Rafael Rodrigo Klein, Wilton Pereira Sampaio, Sávio Pereira Sampaio e Paulo César Zanovelli.

Em comparação com 2021, último ano de Leonardo Gaciba na gestão da arbitragem, chama a atenção o desaparecimento de Paulo Roberto Alves Júnior. Quinto mais escalado por Gaciba, não esteve em nenhum jogo da Série A de 2023. O mesmo aconteceu com Mariélson Alves Silva, nono em escalas há três anos, sumido ano passado.

Luiz Flávio de Oliveira também tem sumido das escalas aos poucos.

Está implícito que Wilson Seneme prefere árbitros de estilos diferentes da preferência de Leonardo Gaciba. Havia uma mudança gradativa do quadro na gestão anterior e mudanças em critérios nesta nova administração. Nos dois casos, não se percebe que a arbitragem trilhe o caminho da evolução.

Chama a atenção, no entanto, que os estreantes não tenham gerado o maior número de críticas. Nem os estreantes Bruno Vasconcellos e Alex Gomes Estéfano, nem Jonathan Benkenstein Pinheiro, que atuou em Athletico Paranaense 4 x 0 Cuiabá. Eram jogos de menor visibilidade, tirando São Paulo 1 x 2 Fortaleza.

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A renovação é necessária. Mas o que a arbitragem do Brasil mais necessita neste momento é de credibilidade. Para isso, precisa que os árbitros novos e velhos não errem tanto como aconteceu na trágica primeira rodada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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