Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

A enorme importância de gritar campeão

O Fluminense precisava só empatar contra o Flamengo, no final da tarde de 2 de abril de 2022.

Tinha vencido o primeiro Fla-Flu das finais por 2 x 0.

Antes da finalíssima começar, o Tricolor era o clube grande do Brasil há mais tempo sem saber o que era gritar campeão. Sem contar a Primeira Liga de 2016, não ganhava nada desde o Brasileiro 2012.

Gabigol fez 1 x 0 e o susto do lado direito das arquibancadas do Maracanã só se desfez com gol de Cano, aos 43 do primeiro tempo.

Só um Campeonato Carioca. Mudou a confiança do time, do clube, da torcida.

No início daquela noite, pouco antes das 21 horas, era impressionante o deslocamento a bordo de um táxi, entre a Barra da Tijuca e o morro da Urca, onde Ney Matogrosso se apresentaria para cerca de 2 mil pessoas.

Por todo o percurso, da zona oeste à zona sul do Rio, havia pais e filhos com camisetas do Fluminense, faixas de campeão no peito, crianças de mãos dadas ou erguidas com punhos cerrados. Depois de dez anos, a garganta não estava mais seca por não gritar que seu time do coração era o melhor do campeonato.

Em dois anos, a vida mudou para as crianças tricolores. Quem relativiza título é jornalista. Há razões para isto. A Recopa não é o troféu mais importante da temporada, nem o estadual é. Mas a confiança, muitas vezes, renasce com um campeonato qualquer. O São Paulo talvez tivesse pressão maior para ganhar a Copa do Brasil, e não a suportasse, não tivesse vencido o estadual em 2021. A construção de um dos maiores times da história do Fluminense nasceu de um Carioca, assim como na década de 1980 começou com uma Taça Guanabara.

É desafiador perceber quando a vida começa a mudar para melhor, para um clube, uma torcida. Dizemos que estadual não é parâmetro, mas sete dos últimos dez campeões brasileiros ganharam em seu estado no primeiro semestre.

Continua após a publicidade

As taças têm hierarquia, atualmente. Todo mundo sonha com Libertadores e Brasileirão. Se não der, Copa do Brasil. Pelo menos um estadual. Recopa e Supercopa são festas de abertura de temporada. Mas tudo vale gritar campeão. Porque a confiança de soltar esta palavra mágica da garganta pode mudar o futuro de um clube e, consequentemente, de seu povo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes