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Atentado ao Fortaleza exige greve e ação da CBF com Ministério da Justiça

O futebol é vítima da violência. Não é o vilão. Isso fica mais evidenciado, quando um ônibus levando cerca de 40 pessoas é alvo de um atentado a bomba, numa estrada que liga São Lourenço da Mata ao Recife. Pela manhã, o site da CBF tinha uma fotografia do presidente Lula, ao lado de Ednaldo Rodrigues, fazendo sinais de positivo, pela perspectiva de o Brasil ser sede da Copa do Mundo feminina. Perto da hora do almoço, a primeira página do portal trouxe o repúdio da confederação à violência da torcida uniformizada do Sport.

Ridiculamente inútil.

As palavras certas têm de ser usada. Não é apenas violência. Houve um atentado. Não se trata de uma bombinha. Houve tentativa de homicídio. Os autores estão identificados por vídeos, usando camisetas amarelas de uma facção uniformizada, inscrita no Cadastro Nacional de Pesssoa Jurídica (CNPJ).

A torcida uniformizada e as pessoas identificadas têm de ser processadas e responderem em todas as esferas cabíveis.

Mais do que isso, passou da hora de CBF e Ministério da Justiça traçarem ações conjuntas. Dirigentes vão a Brasília negociar nos gabinetes do Presidente da República, da Caixa Econômica Federal, do Presidente da Câmara. Todo tipo de beija-mão. Discutem financiamentos, refinanciamentos, apoios em eleições. Nos últimos quarenta anos de violência ligada ao futebol, houve uma ou duas reuniões com o Ministério da Justiça.

E vai morrer gente.

Já houve tiro contra o ônibus do São Paulo, a caminho do Morumbi, em janeiro de 2021. Já houve jogador ferido por pedra em ataque contra os jogadores do Bahia. Agora, bombas feriram seis jogadores do Fortaleza.

Não é força de expressão: vai morrer jogador.

E não se trata de esperar pela porta arrombada, porque ela já está estraçalhada há muitos anos. Perdemos a conta do número de torcedores mortos. Agora, estamos perdendo a contagem dos atentados contra jogadores.

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Atletas profissionais e dirigentes têm de ir a Brasília em audiência com o Ministério da Justiça. Mais do que isso, têm de tomar atitude definitiva.

Greve dos jogadores é uma das hipóteses. O que não é alternativa é esperar algum deles ser assassinado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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