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Esquiva fará luta por título mundial após GGG se recusar a enfrentá-lo

Esquiva Falcão - Scott Taetsch/Getty Images
Esquiva Falcão Imagem: Scott Taetsch/Getty Images

09/02/2023 15h38

Esquiva Falcão terá, enfim, a chance de disputar um título mundial de boxe profissional, mas não contra Gennadiy Golovkin, o GGG, um dos astros do esporte no século, que abdicou de um dos seus cinturões exatamente para não enfrentar o brasileiro.

Esquiva deverá ter pela frente o australiano Michael Zerafa, daqui a cerca de três meses, em local a ser definido. O duelo pode acontecer no Brasil. A Federação Internacional de Boxe (IBF) exigia que GGG colocasse o cinturão em jogo contra o brasileiro, líder do ranking da entidade.

Mas, de acordo com a ESPN norte-americana, o boxeador cazaque consultou o mercado e descobriu que não havia interesse comercial na luta diante de Esquiva. Assim, preferiu abrir mão do cinturão a fazer um confronto que não desse dinheiro suficiente a ele nesta altura da carreira, aos 40 anos.

A IBF determinou hoje (9) que a agência que cuida da carreira de Esquiva chegue um acordo para uma luta contra Michael Zerafa, um australiano de 30 anos que tem quatro derrotas na carreira.

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O boxe e seus cinturões

O cinturão dos médios da IBF, que será disputado por Esquiva, foi abandonado três vezes nos últimos cinco anos. Em 2018 pelo próprio GGG, que não chegou a um acordo para fazer uma luta obrigatória contra o ucraniano Sergiy Derevyanchenko, e em 2019 por Canelo Álvarez, pela mesma razão.

GGG decidiu então enfrentar Derevyanchenko, conquistou o cinturão de volta, o defendeu duas vezes, em 2020 e 2022, sempre contra rivais escolhidos por eles, incluindo o japonês Ryoto Murata, que venceu Esquiva na final olímpica de 2012. Em setembro, ele chegou a enfrentar Canelo no fim da trilogia entre eles, em duelo que valeu cinco cinturões da categoria acima.

Brasileiro invicto

Esquiva Falcão tem carreira de 30 lutas e 30 vitórias no profissional. Por anos, ele só lutou contra atletas inexperientes ou com muitas derrotas, para "fazer cartel", o que é muito comum no boxe.

Quando ele passou a pleitear fazer lutas contra atletas de ponta, já não tinha mais a mesma visibilidade no Brasil do que quando se profissionalizou e tinha o apoio da Globo. E isso atrapalha o processo para se alcançar uma bolsa de valor expressivo.

Há dois anos, ele fez seu primeiro confronto contra um boxeador de elite, vencendo o russo Artur Akavov. Depois, bateu o canadense invicto Patrice Volny. Mas, em 2022, só fez uma luta, contra um argentino que já tinha 14 derrotas, em um pequeno galpão em São Paulo. Na falta de adversários, também fez uma exibição contra um ex-BBB.

Agora, sua equipe vai tentar patrocínio para que a luta diante de Zerafa aconteça no Brasil. Da mesma forma, o australiano deverá tentar levar o duelo para sua casa.