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Olhar Olímpico

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Rebeca Andrade abre dia histórico com ouro no salto no Mundial

Ginasta brasileira Rebeca Andrade na final do salto sobre o cavalo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio - Ricardo Bufolin/CBG
Ginasta brasileira Rebeca Andrade na final do salto sobre o cavalo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

23/10/2021 05h27

Rebeca Andrade deu o primeiro passo para um dia que promete ser histórico. A brasileira, campeã olímpica do salto, conquistou neste sábado (23), com sobras, também o o título mundial do aparelho, tornando-se apenas a segunda mulher brasileira a faturar um ouro em um Campeonato Mundial de Ginástica Artística, igualando Daiane dos Santos. Mas ela ainda disputa, daqui a pouco, também a final das barras assimétricas, mais uma vez como favorita.

Na ausência de Simone Biles, que não foi ao Mundial que está sendo disputado em Kitakyushu, no Japão, Rebeca é a grande estrela do evento junto do japonês Daiki Hashimoto, campeão olímpico do individual geral em Tóquio. Como a americana Sunisa Lee, ouro no individual geral na Olimpíada, também não está no Mundial, a brasileira ficou sem adversárias.

No salto, ela tinha um enorme favoritismo, e só não ganharia o ouro se cometesse um erro muito grande. Mas Rebeca fez o contrário. Em duas apresentações perfeitas, tirou notas 15,133 e 14,800. Como ela foi a segunda a se apresentar, teve que ficar esperando as demais para comemorar o ouro, que acabou vindo com enorme margem. Enquanto a brasileira teve média 14,966, a segunda colocada, a italiana Asia D'Amato, ficou com 14,083. O bronze foi para a russa Angelina Melnikova, com 13,966.

Até hoje, só Daiane dos Santos, entre as ginastas mulheres do Brasil, havia sido campeã mundial, do solo, em 2003. Mas é possível que, ainda hoje, Rebeca conquiste um segundo título, nas assimétricas, igualando os dois ouros de Diego Hypolito no solo em 2005 e 2007. O outro campeão mundial da ginástica brasileira é Arthur Nory, campeão da barra fixa em 2019, que nem passou para a final em Kitakyushu, onde tentou defender o título.

Desde 1996 um Mundial não era disputado em ano olímpico, o que acabou sendo necessário devido ao adiamento da Olimpíada e da insistência da Federação Internacional de Ginástica ( FIG) em organizar o Mundial no Japão em meio à campanha do japonês Morinari Watanabe pela reeleição como presidente. Pela proximidade de datas com a Olimpíada, a competição está esvaziada dos principais nomes da modalidade, com poucas exceções, notadamente Melnikova, Rebeca e Hashimoto.

A comissão técnica do Brasil, porém, optou por poupar Rebeca da prova de solo, onde seria favorita ao pódio e candidata ao ouro. A brasileira, de 22 anos, tem três cirurgias de joelho e só havia participado de um Mundial na carreira, e voltando de lesão. Como ela vinha relatando dores, a comissão preferiu não arriscar.

Por não competir no solo, ela não disputou a prova do individual geral, que soma o resultado dos quatro aparelhos, e na qual foi prata em Tóquio. No Mundial, ela precisaria de uma série relativamente simples no solo, para os padrões dela, para ganhar o ouro, que ficou com Melnikova.

Além da final do salto, Rebeca disputa, a partir das 6h25, também a final das barras assimétricas, para a qual ela se classificou em primeiro. Amanhã a brasileira compete na final da trave, sem favoritismo. Também amanhã, Caio Souza é azarão na decisão das barras paralelas. O ginasta de Volta Redonda (RJ) foi 13º na final do individual geral.