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Olhar Olímpico

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Medo da covid faz país da Oceania desistir de levar seus atletas a Tóquio

Marion Faustino, de verde, é um dos atletas de Samoa que vai à Olimpíada - Reprodução/Facebook
Marion Faustino, de verde, é um dos atletas de Samoa que vai à Olimpíada Imagem: Reprodução/Facebook

01/07/2021 11h26

A Samoa anunciou hoje (1) que não irá enviar atletas que moram no país aos Jogos Olímpicos de Tóquio para não colocar em risco o restante da população deste pequeno país da Oceania que teve apenas três casos de covid desde o início da pandemia e, até aqui, nenhuma morte.

A decisão foi tomada pelo governo local e confirmada pelo presidente do Comitê Olímpico de Samoa, Patrick Fepulea. "Compreendemos perfeitamente a lógica por trás da decisão do governo, especialmente a necessidade de proteger Samoa do vírus, ainda mais da nova mutação que agora se espalha pelo mundo. Basta olhar para Fiji para ver o impacto do vírus e a necessidade de proteger as nossas fronteiras", afirmou.

Fiji e Samoa são ambos países insulares da Polinésia. Enquanto Samoa conseguiu praticamente impedir a entrada do vírus em seu território, Fiji se aproxima de cinco mil casos e tem 24 mortes.

A decisão do governo não significa, porém, que Samoa não terá representantes na Olimpíada. O país classificou 11 atletas, dos quais oito estão no estrangeiro: na Austrália, na Npva Zelândia, nos EUA e no Japão. Eles terão apoio para disputar os Jogos. Mas os três halterofilistas que moram em Samoa serão proibidos pelo país de ir à Olimpíada.

Ficam prejudicados Vaipava Nevo Ioane e Don Opeloge, das provas masculinas de até 67 kg e até 96kg, e Iuniarra Sipaia, na categoria feminina de mais de 87kg. Opeloge foi prata nos Jogos da Commonwealth de 2018 enquanto Sipaia se classificou como oitava melhor do mundo.

Samoa tinha a expectativa de se classificar para a Olimpíada no rúgbi sevens, tanto no masculino quanto no feminino, mas ambas as equipes foram desclassificadas no Pré-Olímpico disputado no fim de semana. Os homens perderam na semifinal. A competição aconteceu em Monaco e os times não têm previsão de voltar para casa. Só há um vôo para Samoa por mês, e o próximo será em 27 de julho, saindo da Nova Zelândia. Por isso, as equipes estão em um hotel em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, esperando.