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Cavaleiro olímpico é acusado após vídeo de agressão a pônei viralizar

O cavaleiro Leandro Aparecido da Silva em seu CT em Ibiúna, em foto de 2011 - Caio Guatelli/Folhapress
O cavaleiro Leandro Aparecido da Silva em seu CT em Ibiúna, em foto de 2011 Imagem: Caio Guatelli/Folhapress

15/07/2020 16h59

Brigando pela vaga brasileira no adestramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem, o cavaleiro brasileiro Leandro Silva foi filmado maltratando um pônei. A gravação, que ele diz ser antiga, repercutiu entre defensores dos animais e no meio do hipismo nos últimos dias. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) já investiga o caso.

Na gravação, que de acordo com Leandro foi feita pelo seu próprio filho mais velho, é possível ver o cavaleiro, que disputou os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, montado sobre um pônei e maltratando o animal. Bronze no Pan de Lima, no ano passado, Leandro se explicou numa postagem do Facebook replicada pela revista Horse.

"Temos um pônei que é tratado com tudo do bom e do melhor, mas atacou minha filha de 2 anos, mordeu fio as costas dela, deixou na carne viva. Na hora fiquei muito indignado, porque ele foi realmente maldoso. Do jeito que eu estava, no mesmo momento montei ele para tentar mostrar que ele não deveria mais ter aquele tipo de atitude. Eu estava sem chicote, sem botas ou esporas e apenas com bridão", explicou.

Ele admitiu que "não é desta maneira o correto de corrigir", mas que, depois de ver a filha machucada, agiu errado. "Gostaria de me desculpar. Durante toda minha carreira, nunca tive nenhum episódio de má conduta, e devo toda minha vida aos cavalos", continuou. À revista Horse, explicou que o vídeo foi compartilhado com amigos pelo filho em tom de brincadeira, para mostrar o pai sobre um pônei.

Natural de Cárceres (MT), Leandro cresceu em um haras administrado pelo pai em Avaré (SP) e fez carreira no adestramento. Graças a ele o Brasil conseguiu vaga por equipes em Pequim, fato único na história da modalidade. Entre as diversas competições nas quais representou o país está também o Pan de Santo Domingo, em 2003, e Guadalajara, em 2011.

Agora ele lutava pela vaga do Brasil em Tóquio. O país chegou a conseguir a classificação por equipes pelo Pan, mas não atingiu, até o fim do ano, o critério necessário para manter o posto. Com isso, o Brasil passou a ter só uma vaga, que é disputada por vários atletas, com destaque para João Victor Oliva, filho de Hortência.

Com a repercussão do vídeo, principalmente entre a comunidade hípica, é provável que ele seja suspenso e, com isso, fique impossibilitado de buscar índice para Tóquio. Em nota, a Confederação Brasileira de Hipismo manifestou que "não concorda com nenhuma prática que atente contra o bem-estar e a integridade física de qualquer animal, repudiando qualquer ação neste sentido". Após diversas denúncias, a entidade entregou o caso ao STJD.

Leandro também é prestador de serviços na tradicional Sociedade Hípica Paulista, onde as queixas também chegaram em grande número nos últimos dias. O clube estuda as ações cabíveis contra Leandro e contra o filho deste, que também presta serviços ali.