Fábio Seixas

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Hamilton surpreende até a si mesmo, derruba série de Verstappen e faz pole

Em três milésimos de segundo, o fim de uma espera de 594 dias.

Recordista de poles na Fórmula 1, Hamilton chocou Budapeste neste sábado e conquistou a primeira posição no grid para o GP da Hungria.

É sua primeira pole desde o GP da Arábia Saudita de 2021. Não por coincidência, o reinado da Red Bull começou justamente na etapa seguinte, aquele polêmico GP de Abu Dhabi.

É, ainda, sua 104ª pole na carreira, ampliando um recorde que sempre soa impressionante.

A conquista de Hamilton quebra uma sequência de seis poles consecutivas da Red Bull e joga alguma emoção para um campeonato que parecia cada vez mais previsível.

Como se o peso da pole não bastasse, o fim da classificação teve contornos dramáticos. Hamilton só cravou seu tempo na última tentativa, superando Verstappen por 0s003.

"Foi um ano e meio muito difícil. Não imaginava que estaríamos aqui hoje. Dei o máximo possível na última volta. Espero que seja o começo de uma jornada de volta ao topo", disse Hamilton, com algum ar de incredulidade, após a sessão.

Verstappen também estava chocado, mas negativamente: "Sofremos desde o primeiro treino aqui para encontrar o equilíbrio do carro. Estamos em segundo, mas se tudo correr dentro do normal vamos conseguir ficar na frente".

A segunda fila terá Norris e Piastri. Zhou e Leclerc largam logo atrás. Fechando o top 10, Bottas, Alonso, Pérez e Hulkenberg.

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Torcedores nas arquibancadas do circuito de Hungaroring, neste sábado
Torcedores nas arquibancadas do circuito de Hungaroring, neste sábado Imagem: Mark Thompson/Getty Images

A sessão classificatória aconteceu com céu azul em Budapeste, 26°C no ar, 45°C no asfalto.

No Q1 todos foram obrigados a ir à pista com pneus duros. No Q2, com médios. Os compostos macios ficaram apenas para o Q3. Foi uma experiência que Pirelli e FIA já queriam fazer há algum tempo e que tem a sustentabilidade como pano de fundo _isso permitiu à fabricante levar 160 pneus a menos para a Hungria. O teste será repetido em Monza.

A novidade produziu surpresas.

Zhou o foi mais rápido (!!??) de um bloco de classificação pela primeira vez na carreira: 1min18s143. Verstappen foi o segundo, a 0s175. Depois vieram Pérez, Sainz, Leclerc e Piastri.

Pole em Budapeste no ano passado, Russell foi eliminado. Albon, que vinha de uma série de três GPs no Q3, também dançou. Além deles, caíram Tsunoda, Magnussen e Sargeant.

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(Ricciardo avançou, já abrindo 1 a 0 no companheiro de AlphaTauri em classificações.)

Veio o Q2. Com novas surpresas, tanto na ponta como no fundão.

Norris foi o mais rápido, com 1min17s328. Hamilton ficou logo atrás, a 0s099. Fechando o top 10, Verstappen, Bottas, Piastri, Leclerc, Hulkenberg, Pérez, Zhou e Alonso.

Sainz foi cortado, assim como Ocon, Ricciardo, Stroll e Gasly.

Enfim, no Q3, a porteira foi aberta: todo mundo pôde usar os macios.

Na primeira série de voltas, Norris cravou 1min16s904, melhor marca do fim de semana até então. Logo Verstappen o superou, com 1min16s612, mas viu Hamilton chegar perto, a 0s126.

Todos foram para os boxes, colocaram pneus novos, voltaram para o tudo ou nada.

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Tudo para Hamilton, que acelerou feito um louco. Verstappen ficou em segundo, mas com a sensação de nada.

No domingo, o inglês tentará bater o recorde de vitórias de um piloto em um mesmo circuito: pode chegar a nove, marca que ninguém alcançou. Já Verstappen busca a 11ª vitória da Red Bull na temporada, igualando a McLaren de 1988.

Hamilton e Verstappen na primeira fila tem um sabor retrô. E muito bom, diga-se.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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