O que pode fazer a diferença para Botafogo, Flamengo e Palmeiras no Mundial
Podemos — e provavelmente vamos — ficar discutindo até junho de 2025 quem caiu no grupo mais fácil ou difícil do novo mundial da Fifa. Assim como podemos — e provavelmente vamos — debater eternamente se o resto do planeta conseguirá, um dia, competir com os europeus.
Para além do tamanho do torneio, com 32 clubes, outro fator importante que muda no ano que vem é o momento da temporada em que ele será disputada e o tempo de preparo dos participantes. O Botafogo ficou sabendo que estaria no atual Intercontinental somente ao vencer o Galo, em Buenos Aires, exatamente 11 dias antes de estrear no evento, contra o Pachuca-MEX. A equipe chegará ao Qatar nos estertores da temporada, quando os atletas já deveriam estar férias, depois de sobreviver a 12 meses de um calendário esfalfante.
Em 2025, o barato muda. Todo mundo vai ter mais de um semestre para se reforçar, planejar, economizar o físico, estudar os adversários, imaginar cenários. Os europeus chegarão aos Estados Unidos no final da sua temporada; a gente, no meio da nossa. A final da Champions League acontecerá quinze dias antes do início do Super Mundial. Por aqui, estaremos a cinco meses da final da Libertadores e a seis da última rodada do Brasileirão.
Não, o calendário do nosso futebol não favorece o descanso e o do ano que vem promete ser o pior da história. De todo modo, não se compara jogar uma competição desta monta no meio ou no final da temporada — caso de europeus, africanos, asiáticos.
Classificação e jogos
O que isso tudo significa? Basicamente, aplica-se aqui a lógica capitalista que nos rege: quem tiver mais dinheiro terá também muito mais chance de não passar vergonha nos EUA.
Independentemente da qualidade de seus grupos, times como Botafogo, Flamengo e Palmeiras dispõem de recursos suficientes para montar esquadras competitiva, ainda que avançar das semifinais pareça um sonho distante. O Fluminense pegou um grupo mais tranquilo, mas é difícil imaginar de onde tirará dinheiro para turbinar um elenco que segue correndo o risco de disputar a Série B em paralelo ao Mundial — Série B que, diga-se, não vai parar durante o megaevento.
Com tempo, dinheiro para reforços e alguma condição de competir fisicamente, pode dar para nós? Quase certo que não. Se um sul-americano não consegue vencer o Mundial no modelo atual, teoricamente mais fácil, desde 2012, que dirá agora. Mas arrisco dizer que um Troféu De Igual Para Igual contra algum gigante europeu já vai encher a galera de confiança para o resto da nossa temporada.
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18 comentários
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Claudio Morgado de Souza
Sou músico. Uma vez abri um show para Emílio Santiago. Sabia que ninguém estava lá para me ver, e minha função era participar com, digamos "dignidade e profissionalismo". Foi o que fiz. Para mim foi uma honra dividir o palco com o artista, mas a estrela naturalmente era ele. Pra mim este é o papel dos clubes fora da super-elite europeia neste torneio. A nossa imprensa deve ter cuidado para não criar falsas expectativas para nossos clubes, nem ficar pichando quando a realidade bater à nossa porta. É algo para se aproveitar, mas como se diz, com moderação.
Fábio Luis Manfio
Amem, enfim uma matéria de futebol, e só, sem tocar em assuntos de racismo, misoginia, feminicídio etc, etc, etc...parabéns !!!
Mauro Henrique Marques
Eu acho o PALMEIRAS mega favorito, afinal quem é BAYERN perto do time da Água Branca??? Quem é CHELSEA perto do Bidabê??? Quem é CITY perto do Sem Mundial??? Quem é REAL MADRID perto do Rei do Fax??? kkkkk