O que me espanta na suspensão dos jornalistas da ESPN
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O UOL noticiou hoje que os seis jornalistas envolvidos na edição especial do "Linha de Passe" sobre a CBF, com foco na matéria de Allan de Abreu para a revista piauí, foram suspensos temporariamente. A direção não teria sido comunicada sobre o conteúdo e se irritado com a insubordinação.
Algumas coisas chamam a atenção.
O jornalista Gian Oddi publicou em sua conta no X/Twitter, às 17h41, uma chamada para o programa das 22h, dizendo que ele seria "todo dedicado ao tema". Como, então, a direção não sabia do assunto? Ou os outros departamentos? Como não teve tempo para agir?
Se tentou agir e os colegas seguiram adiante mesmo assim, em ato da mais pura rebeldia em nome do que é importante no jornalismo, como a chefia avaliou que seria inteligente suspendê-los logo na sequência, gerando toda a atenção que estamos testemunhando hoje?
A CBF nega que tenha feito qualquer pedido à emissora. Com ou sem essa interferência, era lógico que a punição seria percebida como submissão à entidade. Não havia uma maneira mais inteligente de lidar com a desobediência dos funcionários? Tirá-los do ar por um dia soou como um bom custo-benefício? Mesmo?
E, em decidindo seguir com a suspensão, era prudente substituir seis homens (brancos) por outros seis homens (cinco dos quais também brancos)? Não seria um bom momento para demonstrar seu compromisso com a diversidade, e oferecer este espaço nobre a quem normalmente não tem chance de ocupá-lo?
Como podem tantos erros caberem dentro da mesma história?
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