Indecisão de Doria, recuo de Moro: disputa presidencial sofre reviravolta

A composição da disputa pela Presidência da República passou por um dia de tensão e reviravoltas nesta quinta-feira (31), a dois dias do fim do prazo de filiações partidárias. Já no início da manhã, uma crise se instaurou no PSDB com a possibilidade do governador paulista João Doria (PSDB) desistir de abandonar o cargo para se candidatar. Por volta das 10h, veio o anúncio de que Sérgio Moro trocaria o Podemos pelo União Brasil e também desistiria de concorrer à presidência, optando pela disputa a uma vaga na Câmara dos Deputados.

A definição de Moro saiu por volta das 14h, quando confirmou em nota nas redes sociais a desistência e a mudança de partido, informação antecipada pelo portal Metrópoles. O ex-juiz não mencionou a possibilidade de embarcar na candidatura a deputado federal.

Pouco depois, às 16h, ocorreria a coletiva que daria fim às dúvidas em torno no destino de Doria. Segundo a Folha antecipou, o governador anunciou na tarde de quarta (30) ao vice, o também tucano Rodrigo Garcia, que não deixaria o Palácio dos Bandeirantes. Após dez horas de especulações Doria, enfim, confirmou a candidatura pelo partido e a renúncia ao governo.

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Confira a cronologia:

6h29: A Folha informa que Doria avisou Garcia que não deixaria o governo paulista para se candidatar à Presidência da República;

9h29: Moro vai oficializar a troca do Podemos pelo União Brasil e desistir de disputar a presidência, informa o Metrópoles. Fontes do futuro partido confirmam e dizem que a possibilidade é de candidatura a uma vaga na Câmara dos Deputados

10h38: Fontes do Palácio dos Bandeirantes afirmam ao UOL que o aviso irritou Garcia e que "nunca o viram tão bravo";

10h44: Doria estava totalmente descontrolado e teve um surto até mesmo com os seus aliados, chamando todos de traidores, disse um tucano ao UOL

10h50: A desistência da candidatura presidencial, segundo apurou o UOL, foi uma condição imposta pelo grupo do DEM no União Brasil;

11h: O que motivou Doria a cogitar desistir do governo foi o temor ser traído por Rodrigo Garcia, revelou Thaís Oyama, colunista do UOL;

11h11: "Nem fui, nem voltei", diz Doria à coluna de Mônica Bergamo sobre possível desistência, que favoreceria Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes;

12h15: Pré-candidato pelo PDT, Ciro ironiza possíveis desistências de Moro e Doria e diz que 'não cederá';

12h16: Em carta enviada ao PSDB-SP, o presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, confirmou Doria como candidato do partido à Presidência da República. "Não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido", diz o texto;

13h41: A ala política do PSDB favorável à candidatura do governador gaúcho Eduardo Leite temia que Doria estivesse apostando em uma tática ao estilo de Jânio Quadros. O ex-presidente apresentou uma carta-renúncia ao Congresso, que estudiosos acreditam que esperava que não fosse aceita —o que não aconteceu;

14h27: Moro oficializa a filiação ao União Brasil em publicação nas redes sociais e afirmou que desistiu "nesse momento" de disputar a Presidência da República

14h31: Sob pressão, Doria afirma que deixará o governo mesmo se desistir da disputa à presidência

16h: Começa a coletiva de Doria; governador confirma a candidatura pelo PSDB.

Eu sentia era a necessidade de ter um apoio explícito do meu partido que foi dado pelo Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB. Uma carta incontestável, agora não dá para nenhum outro imaginar que pode surrupiar ou pode copiar as prévias do PSDB. Prévias significam democracia e partidos devem seguir a democracia. Agora estou tranquilo.
João Doria, governador de São Paulo

18h29: Advogada tributarista Rosangela Wolff Moro, mulher do ex-juiz, celebrou a filiação do marido ao União Brasil e defendeu a 3ª via como solução para o fim da polarização política entre bolsonaristas e petistas;

18h31: Doria envia à Alesp carta de renúncia para ser candidato a presidente.