Precisa amaciar o motor? Manutenção de carro elétrico é cheia de mitos

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Os carros elétricos ainda são novidade no Brasil. Junto com eles, vieram várias dúvidas. São muitas diferenças em relação aos automóveis a combustão. UOL Carros procurou um especialista para explicar as principais.

Uma delas diz respeito ao amaciamento, processo em que veículos novos são menos exigidos até rodarem uma certa quilometragem, uma maneira de poupar os motores de grandes esforços até que o momento em que os componentes ficam mais "azeitados".

"Veículos elétricos são mecanicamente mais simples, com menos componentes sob atrito, então o problema de "amaciamento" é também menor. Além disso, os veículos de produção mais recentes têm componentes e materiais mais bem acabados e processos de produção mais precisos. Por isso, o amaciamento é cada vez menos necessário, mesmo em veículos térmicos. Atualmente, muitas das rotinas de amaciamento são controladas pelo próprio veículo, de forma transparente para o condutor. A tendência é o assunto ser tratado apenas pelos projetistas na programação dos sistemas eletrônicos e ficar totalmente transparente para o usuário. Mesmo assim, algumas marcas devem manter informações de condução mais restritas para o veículo novo nos manuais.", explica Renato Giacomini, professor de Engenharia Elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

Com uma quantidade menor de peças móveis, os motores dos veículos elétricos são mais simples do que os a combustão. Como seria de se esperar, a manutenção é menor. "O motor elétrico é muito mais simples e possui pouquíssimos componentes móveis, quando comparado ao térmico. Não há válvulas, pistões, virabrequim, sistema de admissão de ar para mistura, sistema pressurizado de injeção de combustível. Também não há movimentos lineares a serem transformados em rotação. O rotor é um componente que se move em rotação diretamente por força eletromagnética", analisa Renato.

E não é só o motor que é poupado de manutenção. "Além disso, a transmissão é direta em muitos modelos, o que dispensa o câmbio. Há menos esforço e desgaste de pastilhas e discos de freios, por regenerar energia, ao invés de dissipar nos sistemas de frenagem", complementa Renato.

Independentemente de ser mais simples, a manutenção exige cuidados extras quando comparada ao conjunto de um automóvel a combustão, além de seguir revisões regulares."É preciso manter o sistema de carregamento, cabos e conectores em ordem. Periodicamente, deve-se substituir os líquidos de arrefecimento, mas apenas a cada 100 ou 200 mil km, ou alguns anos de uso, dependendo da marca. A tendência é aumentar o intervalo entre revisões", alerta o professor.

Se é mais descomplicada, a manutenção também é menos onerosa ao consumidor, por mais que o custo da bateria seja o mais pesado. "É pela simplicidade intrínseca do projeto. Um carro mais simples dá menos manutenção. A preocupação que muitos usuários têm, de preço e custo de manutenção do carro elétrico, se refere à bateria, por ser um item muito caro, na proporção do carro, mas esse componente vem evoluindo rapidamente. Baterias duram hoje duas vezes mais do que há cinco anos e são mais baratas e confiáveis", assegura Renato.

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