Toyota Prius Flex faz teste de SP a Brasília; objetivo é fabricar no Brasil

Sedã é primeiro veículo híbrido com padrão brasileiro de combustível no mundo e foi desenvolvido junto com universidades
A Toyota do Brasil apresenta neste momento o primeiro protótipo apto a rodar nas ruas do híbrido Prius equipado com tecnologia flex. É a primeira iniciativa deste tipo no mundo: como UOL Carros já havia antecipado, o desenvolvimento da solução bicombustível usando gasolina e etanol nos padrões brasileiros ficou a cargo das Universidades de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB).
Agora, a unidade de teste terá uma prova em condições reais de rodagem: sai na tarde desta segunda-feira (19) da cidade de São Paulo com destino a Brasília, percorrendo um trajeto com pouco mais de mais de 1.500 quilômetros.
Nessa distância, técnicos da marca vão avaliar durabilidade do conjunto motor/transmissão quando abastecido com etanol, bem como situações comuns de rodagem. Justamente por isso a marca ainda não divulga especificações técnicas do protótipo. No Prius convencional, a gasolina, o conjunto de motor 1.8 com outro elétrico, gerenciados por um câmbio CVT, tem 123 cavalos, fazendo médias de 18,9 km/l de gasolina na cidade e de 17 km/l na estrada, segundo o Inmetro -- trata-se do carro mais eficiente do Brasil.
"Vamos coletar dados de desempenho em condições reais de rodagem. Acreditamos que este é o veículo híbrido mais limpo do planeta, pois combina a tecnologia híbrida, na qual somos líderes no mundo inteiro, com o etanol derivado da cana-de-açúcar", afirmou Steve St. Angelo, presidente-executivo da Toyota para América Latina e Caribe e chefão da Toyota para o Brasil.
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Made in Brasil?
O protótipo bicombustível é o resultado de quase três anos de testes. USP e UnB propuseram junto à Toyota alterações para rodar com etanol como a recalibração da central eletrônica para identificar o novo combustível, o tratamento de diversos componentes para suportar a maior ação corrosiva do etanol e a adoção da flauta de aquecimento para realizar a partida a frio.
UOL Carros pode apontar que este projeto servirá não apenas ao Prius Flex, mas também à nova geração do Corolla.
O motor 1.8 em teste, acoplado ao sistema elétrico, já deve fazer parte da nova linha de motores que equipará essa nova geração do Corolla -- além da configuração 1.8 híbrida, teremos também como opções o 2.0 híbrido e o 2.0 aspirado.
No começo da história, porém, o Prius Flex seguirá sendo importado do Japão, uma vez que a maioria dos componentes é fabricada lá. Assim, permanecerá recolhendo 4% de Imposto de Importação -- teto para modelo híbridos, sendo que elétricos estão isentos da cobrança.
Mas o chefão da Toyota ressaltou que "sonha em ver veículos deste tipo produzidos no país".
"Nosso compromisso é aplicar estas tecnologias em série, pois só assim podemos conseguir os benefícios prometidos por nós. Meu sonho é que a Toyota seja a primeira marca a produzir veículos híbridos no Brasil", afirmou St. Angelo.
Projeto precisa de incentivo do governo
Com ou sem testes e planos, a existência comercial de carros híbridos e elétricos em larga escala no Brasil depende fundamentalmente da concessão de incentivos por parte do governo, aponta a fabricante.
Só assim preços podem se tornar competitivos, fazendo com que o consumidor realmente cogite abandonar os carros a combustão.
Por mais de uma vez o governo prometeu que o "Rota 2030" contemplaria, inclusive, redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos atuais 13% (teto para carros com motor abaixo de 2 litros) para 7% (mesma tributação aplicada aos carros 1.0). Até agora, porém, nada foi anunciado.
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