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Como anda um carro híbrido esportivo? Respondemos com o Porsche Panamera

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Rodrigo Mora

Colaboração para o UOL, de Vancouver (Canadá)

18/10/2017 14h01

Na chegada ao Vancouver Island Motorsports Circuit, no Canadá, dezenas de moradores da montanhosa região protestam contra a Porsche, que apresenta ali o inédito Panamera Turbo S E-Hybrid. Inconformados com o novo vizinho -- o autódromo foi inaugurado há cerca de um ano --, erguem cartazes reclamando do barulho dos carros, "vilões do meio ambiente".

Ainda assim, chegamos em silêncio e sem cuspir um único grama de gás carbônico no ar. É que aquele Panamera pode ser movido por um motor elétrico, capaz de rodar por até 50 km apenas no modo elétrico se as baterias de íon de lítio estiverem carregadas e se o condutor for dócil com o acelerador.

"Conseguimos aumentar a autonomia e a capacidade de aceleração porque a plataforma MSB, sobre a qual está montada a segunda geração do Panamera, foi concebida desde o início para suportar carros a combustão, mas também elétricos e híbridos", explica Arno Bögl, diretor de powertrain da linha Panamera.

Claro -- e nenhum daqueles canadenses precisava saber disso --, além do propulsor elétrico, o modelo de luxo também carrega um poderoso motor 4.0 V8 biturbo, viciado em gasolina. Juntos, somam 680 cavalos de potência e 86,7 kgfm.

Uma pista de 2,25 km definitivamente não é o habitat de um sedã de 5 m de comprimento e 2.310 kg. Nas retas, as acelerações redefinem os conceitos de brutalidade e destroem a paz do seu estômago, que pula sem parar a cada aceleração. Os 200 km/h são alcançados num pulo.

Mas, na hora de frear, o sistema sente todo o peso do sedã nos ombros, enquanto nas curvas é preciso atenção para a traseira não escapar -- ainda que todos os controles estejam acionados. São cinco voltas com adrenalina, e uma para esfriar o carro -- alguns não aguentam e são recolhidos.

Saio do circuito de cabeça baixa. Os manifestantes estavam certos quanto ao barulho. Se no modo elétrico o silêncio é total, quando a tocada é esportiva o V8 berra à moda antiga.

Porsche Panamera Turbo S E-Hybrid - Divulgação - Divulgação
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No caminho de volta, é hora de ir na poltrona traseira. Até ali há ajuste elétrico para o assento e para o encosto, com direito a memória e massagem. Além das convencionais saídas, o ar-condicionado pode ser ajustado quanto à temperatura. Uma tela pendurada no encosto de cabeça da frente pode exibir tudo o que a tela principal reproduz -- inclusive a velocidade e o gráfico de atuação da força G, importante para quem gosta de acelerar com precisão em circuitos.

O passageiro da frente brinca com a tela de 12,3 polegadas, sensível ao toque. Ao redor da alavanca do câmbio, o excesso de botões da geração anterior deu lugar a uma espécie de smartphone gigante, com controles também sensíveis ao toque. O computador de bordo indica média de 30 km/l – não muito distante dos 34,5 km/l divulgados pela Porsche.

Entender o Panamera Turbo S E-Hybrid é se preparar para o futuro não só da Porsche, mas de toda a indústria. Se a eletricidade é um caminho sem volta até para os esportivos, que eles se espelhem no comportamento desse Porsche.

No Brasil, o Panamera Turbo S E-Hybrid chega no final do ano. O que está indefinido é o preço. "Ainda estamos configurando os carros que virão para cá. E embora os híbridos gozem de benefícios fiscais, há outros elementos mais complexos que constituem o valor de um carro", justifica Werner Schaal, diretor de vendas da Porsche.