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Ciclistas pedem abertura do autódromo de Interlagos para prática do esporte

Autódromo de Interlagos foi citado no manifesto como uma saída para ciclistas praticarem o esporte em segurança - Duda Bairros/AGIF
Autódromo de Interlagos foi citado no manifesto como uma saída para ciclistas praticarem o esporte em segurança Imagem: Duda Bairros/AGIF

14/05/2021 04h00

Cinco entidades ligadas ao ciclismo lançaram um manifesto para solicitar a ampliação de espaços públicos voltados à prática do esporte em São Paulo, com ênfase na modalidade estrada. A abertura do autódromo de Interlagos em períodos em competições é uma das saídas apontadas no documento.

A iniciativa se deu após uma pesquisa com mais de três mil ciclistas. Nela, mais de 60% das pessoas entrevistadas apontaram a ausência de locais apropriados para realizar treinos como o principal problema. O manifesto foi proposto por Aliança Bike, Federação Paulista de Ciclismo, Federação Paulista de Triathlon, Bike É Legal e Bike Zona Sul.

Na contramão de outros esportes com forte adesão no Brasil, o ciclismo de estrada não tem espaços físicos adequados e exclusivos para a prática. Diante desse cenário, ciclistas precisam compartilhar espaços, com forte desrespeito nas vias — esse problema foi apontado por 55,8% dos ciclistas ouvidos.

"Políticas públicas devem ser amparadas em dados, dessa forma esta pesquisa comprova mais uma vez que as demandas dos ciclistas que treinam a modalidade, além de legítimas, são importantes para o incentivo ao esporte, com reflexos positivos na saúde e na mobilidade", disse Renata Falzoni, criadora do Bike É Legal e uma das coordenadoras da pesquisa e do manifesto ao lado de Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike

"O exemplo da Ciclovia do Rio Pinheiros mostra bem nossa realidade: hoje são mais de 80 mil ciclistas pedalando ali todos os meses, um aumento de 400% em comparação a um ano atrás. Mas São Paulo segue praticamente expulsando os ciclistas em treino", disse João Paulo Diniz, multiempresário e ciclista de alto rendimento.

O grupo também pede a criação de APCCs (Áreas de Proteção ao Ciclismo de Proteção), que já fazem parte da rotina de Rio de Janeiro e Salvador. Nesse modelo, uma via fica disponível aos ciclistas em determinados horários. No Rio, por exemplo, os horários são entre 4h e 5h30 em dias de semana e de 6h às 8h nos finais de semana.

"APCCs são de importância fundamental para desenvolvimento e segurança do ciclismo em todos os seus aspectos. Se implementadas da forma necessária, com espaços segregados, organização, iluminação, sinalização, fechamento do trânsito e orientação sobre horários, criam um ambiente seguro para o treinamento esportivo ao mesmo tempo em que dão início a uma revolução em todo o cenário do ciclismo", ressaltou Rychard Hryniewicz Junior, presidente da Federação Paulista de Triathlon.