Preta defende marchinhas politicamente incorretas. "Vou continuar cantando"
Preta Gil defendeu algumas marchinhas clássicas, como a "Cabeleira do Zezé" e "Maria Sapatão", depois de serem banidas em blocos do Rio e de São Paulo, acusadas de "preconceituosas" e "politicamente incorretas". A declaração aconteceu durante participação no "Domingão do Faustão", da Globo, neste domingo (26).
"A gente precisa tomar muito cuidado porque as pessoas, hoje em dia, levam as coisas a 'ferro e a fogo'. Por exemplo: como é que eu não vou cantar 'Maria sapatão, sapatão..." ou "olha a cabeleira do Zezé'?! Eu duvido se tem alguém gay que se sentiu ofendido por essas músicas. Eu duvido, porque isso faz parte da nossa história, da nossa cultura, a gente não pode apagar a história", disse ela.
Preta alegou que essas músicas foram feitas em épocas onde tudo era tabu, e que as marchinhas serviam para introduzir, de maneira natural, certos assuntos, como a homossexualidade.
"As pessoas brincam comigo dizendo que vão ter que me chamar de 'Afrodescendente Gil', não poderão me chamar de 'Preta Gil'", afirmou. "Gente, é óbvio que pode. O mundo evoluiu, a sociedade evoluiu, tem consciência do que é homofobia, que é agressividade e a violência... a distinção de pessoas por causa da cor, raça, religião, sexo. Isso, sim, é grave. As músicas não trazem nenhum mal à sociedade. Cantei no meu bloco e vou continuar cantando", protestou.
A menos de um mês da folia, algumas marchinhas clássicas, com versos considerados racistas e homofóbicos, foram parar na berlinda em alguns blocos de Carnaval, como A Espetacular Charanga do França, em São Paulo, que cortou "O Teu Cabelo Não Nega", por conta de frases como 'Mas como a cor não pega, mulata / Mulata eu quero teu amor".
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