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Pesquisa: 24% dos brasileiros já usaram alguma substância para emagrecer

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Imagem: iStock

De VivaBem em São Paulo

17/06/2022 16h58

Quando se fala em perder peso, muitas pessoas querem recorrer a fórmulas mágicas, que podem ser perigosas e trazer riscos à saúde. E segundo uma pesquisa realizada pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia) e o Instituto Datafolha, 24% dos brasileiros já usaram alguma substância para emagrecer, principalmente o chá.

A bebida é a mais comum e já foi usada por 19% dos entrevistados. Já os suplementos alimentares por 9%, os fitoterápicos também por 9% e, por último, os medicamentos alopáticos, escolhidos por 6%.

Das 114 pessoas (6%) que declararam utilizar medicamentos alopáticos para emagrecer, a maioria tinha receita (54%) e adquiriu os produtos em farmácias - loja virtual ou física (63%). Mas 15% obtiveram os medicamentos por meio de amigos e conhecidos, 12% adquiriram por meio de sites/blogs, enquanto 10% por meio de redes sociais.

É preciso saber a procedência do produto

Menos de 5% das pessoas que compram produtos emagrecedores na internet apontam, como fator de escolha, o registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Para a maioria (54%), pesa a oferta de resultado rápido, o que é proibido pelas normas da agência sobre propaganda de produtos com propriedades terapêuticas.

Na hora de escolher, 24% dos consumidores se guiam pelos comentários de quem já usou. No ato da compra, a checagem da regularidade do fabricante é desconsiderada por 48%, e a do produto, por mais da metade (51%). Cerca 70% sequer verifica se existe número de registro na embalagem.

"Essas substâncias somente devem ser usadas com indicação de profissional da saúde habilitado, e desde que os produtos tenham registro, estejam regulares e sejam adquiridos em estabelecimentos licenciados e em dia com as normas sanitárias", alerta o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João.

Ele acrescenta que, ao comprar emagrecedores em farmácias, sejam eles, fitoterápicos, medicamentos alopáticos ou mesmo suplementos alimentares, o cidadão tem maior garantia de que esses produtos estão de acordo com as normas sanitárias vigentes e ainda pode contar com o farmacêutico para sua correta orientação de uso. "A procedência e a orientação são essenciais para a segurança e o bom resultado dos tratamentos", comenta.

A simples atitude de conferir a lista de produtos com venda proibida pela Anvisa, no site da agência, poderia evitar tragédias como a da enfermeira Edmara Abreu, que morreu em São Paulo no mês de fevereiro deste ano, após tomar cápsulas de um chá emagrecedor.

Ela teve hepatite tóxica e não resistiu ao transplante de fígado, porque seu organismo rejeitou o órgão. Produtos com a marca "50 Ervas Emagrecedor", que ela usou, estão proibidos no Brasil pela Anvisa desde 2020, por não estarem regularizados como medicamentos, e constam da lista disponibilizada pela agência na internet.

A pesquisa realizada pelo CFF e Datafolha teve abrangência nacional e foi aplicada, entre os dias 10 e 13 de maio, para um público-alvo maior de 16 anos de idade, num total de 2.086 pessoas.

Chás e suplementos

Em um recorte do grupo que ingeriu apenas "chás emagrecedores" e/ou algum suplemento alimentar (22%) para emagrecer (que não fitoterápicos e alopáticos), 34% dos pesquisados admitiu seguir indicação de conhecidos, enquanto 18% se deixaram levar por informações repassadas em redes sociais e 17% tomaram o medicamento segundo orientação de um profissional da saúde.

Sites e blogs ficaram em quarto lugar, sendo fonte para 15% das pessoas, o que mostra o papel significativo da internet em geral na escolha da substância para emagrecer. Mesmo diante dos riscos do consumo de medicamentos sem orientação, 6% dos pesquisados começaram a utilizar emagrecedor por conta própria e apenas 4% do total diz ter buscado orientação na farmácia.

No entanto, quando se refere ao local de compra dos chás e suplementos, a farmácia (loja física ou virtual) fica na frente, procurada por 35% das pessoas, seguida pelas lojas especializadas (30%), que inclui o comércio em geral, e por meio de amigos e familiares (19%). Blogs e sites ficam com 9% dos compradores e redes sociais como o Instagram, por meio de propagandas, influencers, Youtube e WhatsApp são alternativas de consumo de emagrecedores para 7% de quem procura esse tipo de medicamento.

No período em que fizeram a utilização desses produtos, 18% dos entrevistados disseram sentir efeito adverso ou indesejado, como desequilíbrio intestinal/diarreia, náuseas, ânsia de vômito, dor de cabeça, dor de barriga e tonturas. Apenas 3% relata ter precisado de ajuda médica.

Fitoterápicos

Entre as pessoas que adquiriram fitoterápicos, que correspondem a 9% do grupo consultado, 71% admitiu não ter receita. Na região Sul, o porcentual chegou a 81%. A aquisição dos fitoterápicos ocorreu principalmente em farmácias (42%), porém ela foi também expressiva por meio de contato com amigos e familiares (22%). As redes sociais foram procuradas por 12% dos consumidores.

Ao consumir fitoterápicos, 20% das pessoas relatam ter sentido efeito adverso ou indesejado. Dor de cabeça e náuseas foram os efeitos mais relatados (6% cada), seguido por diarreia, tonturas, insônia e perda de peso. Cinco por cento das pessoas precisou procurar um médico após ou durante o uso de fitoterápico.

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