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Como funciona a cirurgia no joelho para repor a cartilagem?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

29/03/2022 04h00

Resumo da notícia

  • Diversas cirurgias podem ser propostas. Uma delas é a artroscopia do joelho, na qual são feitos dois pequenos furos na articulação para tratamento
  • Tem também a microfratura, na qual são realizados pequenos furos no osso abaixo da lesão
  • Há também a cirurgia dita aberta, ou seja, realiza-se um corte na pele para se visualizar a lesão da cartilagem

Entre as opções disponíveis, podem ser realizados procedimentos mais simples, como a chamada artroscopia do joelho. Funciona assim: são feitos dois pequenos furos na região a ser tratada. De um lado é introduzida uma câmera e de outro, um instrumento de trabalho. Nessa técnica, podem ser colocadas uma membrana artificial na região dos joelhos ou é feito um transplante osteocondral, no qual é retirada a cartilagem saudável de outra região do joelho do próprio paciente para ser colocada no local da lesão.

A colocação da membrana artificial também pode ser feita por uma cirurgia dita aberta, ou seja, realiza-se um corte na pele para se visualizar a lesão da cartilagem.

Também existe o procedimento de microfratura. São realizados pequenos furos no osso logo abaixo da lesão para estimular o sangramento e a formação de um tecido (cicatriz) no local do defeito, que terá a mesma função da cartilagem.

A cartilagem é uma estrutura fibroelástica que recobre o osso dentro das articulações. Ela possui uma espessura que tem, em média, 0,4 cm, mas isso pode variar bastante. Quando saudável, ela apresenta uma consistência firme e tem a função de diminuir a fricção entre as estruturas do joelho (fêmur, tíbia, patela, meniscos) e absorver o impacto quando a gente anda, corre ou salta, por exemplo. Por isso é muito importante procurar ajuda médica quando sentir dores constantes na região das articulações dos joelhos.

É importante lembrar que todos os procedimentos citados necessitam de uma preparação antes e depois da cirurgia, independentemente de ser mais ou menos invasivo. Será preciso uma avaliação prévia com anestesista, além da realização de um check-up, para saber se está tudo bem com a sua saúde.

Além disso, é bastante indicado o fortalecimento dos membros inferiores e do core. Músculos mais fortes ajudam nas fases da reabilitação e recuperação, fazendo com que esses processos sejam mais rápidos e menos dolorosos. Também no pós-operatório é de extrema importância seguir todas as orientações médicas, inclusive do uso de muletas e não deixar de lado as seções de fisioterapia.

Fontes: André Tsai, médico ortopedista e diretor do Comitê de Dor da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia); Andrey Sorrilha, médico ortopedista e membro da Isakos (Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina Esportiva), de Sergipe; Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista, médico do esporte e cirurgião do joelho na IOT HC-FMUSP (Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

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