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Palpitações são sintoma comum da menopausa: o que você precisa saber

Uma amiga dirigia por uma estrada quando começou a sentir o coração bater forte e aparentemente descompassado. Ela parou o carro, assustada, achando que se tratava de um ataque cardíaco. Ligou para o marido e pediu uma ambulância. Depois de passar por todos os exames no hospital, se deu conta de que se tratava de um dos sintomas da fase que ela estava vivendo: a menopausa. Detalhe: essa amiga é médica.

E ela não está sozinha. Apesar de os calores serem o sintoma mais conhecido, palpitações cardíacas atingem até 50% das mulheres na menopausa, mostram estudos. É importante lembrar que, embora as palpitações sejam frequentemente associadas à menopausa, em alguns casos, elas podem indicar problemas cardíacos mais sérios. Mas, no geral, são inofensivas (por isso é preciso avaliação médica).

Segundo a endocrinologista Vânia Assaly, durante a menopausa, os níveis hormonais, especialmente o estrogênio, flutuam e, eventualmente, cessam. Essas mudanças hormonais podem desencadear palpitações, fazendo com que o coração bata mais rápido do que o normal, podendo também apresentar irregularidades, como pulos ou flutuações. O coração pode ter episódios em que chega a bater de 8 a 16 vezes mais por minuto.

Muitas mulheres experimentam essas palpitações durante os famosos "fogachos".

A boa notícia é que, na maioria dos casos, as palpitações relacionadas à menopausa são temporárias e tendem a normalizar assim que a transição menopáusica é concluída. No entanto, é crucial estar ciente de sinais de alerta que podem indicar um problema cardíaco mais sério.

Quando procurar ajuda médica

Frequência aumentada: Se as palpitações se tornarem mais frequentes, é aconselhável procurar a orientação de um médico. Palpitações ocasionais podem ser normais, mas uma mudança significativa na frequência pode indicar a necessidade de avaliação médica.

Duração prolongada: Se as palpitações persistirem por mais do que alguns minutos, é essencial buscar a opinião de um profissional de saúde. Palpitações prolongadas podem sugerir problemas subjacentes que requerem investigação.

Agravamento ao longo do tempo: Se as palpitações se tornarem mais intensas ou desconfortáveis com o tempo, isso pode ser um sinal de que algo mais sério está acontecendo e merece atenção médica.

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É crucial entender que, embora as palpitações sejam comuns durante a menopausa, uma vez concluída essa fase, os desafios para a saúde do coração podem persistir.

O risco de doenças cardíacas em mulheres aumenta significativamente após a menopausa devido à diminuição dos níveis de estrogênio, que anteriormente protegiam os vasos sanguíneos. Mas é importante estar atenta aos sinais de alerta e buscar ajuda médica imediata se palpitações estiverem acompanhadas de falta de ar, dor no peito, tontura ou desmaio.

É possível controlar as palpitações?

A adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, a prática regular de exercícios e deixar de fumar, são medidas importantes para reduzir esse risco, além de manter um peso saudável.

A TRH (terapia de reposição hormonal) ajuda a aliviar muitos sintomas causados pela menopausa, incluindo palpitações cardíacas. O estrogênio modera a estimulação do coração, e há evidências de que se a TRH for iniciada nos primeiros anos da menopausa, ela pode proteger a saúde do seu coração.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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