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Fotógrafa ensinou mais de 4.000 pessoas a fazer 'selfie perfeita'; aprenda

"Selfie é também uma maneira de autoconhecimento", diz a fotógrada Maria Emília Dinat - arquivo pessoal
'Selfie é também uma maneira de autoconhecimento', diz a fotógrada Maria Emília Dinat Imagem: arquivo pessoal

Luciana Bugni

Colaboração para Universa, em São Paulo

17/11/2022 04h00

Maria Emília Dinat compartilhava fotos de sua terceira gravidez em 2016 no Instagram quando sentiu um boom no número de seguidores. "Naquele tempo, fotos boas e histórias bem contadas faziam sucesso nas redes sociais. Hoje, precisaria fazer dancinha para crescer", diz.

Fotógrafa desde 2009, as imagens que postava dos filhos mais velhos, Joaquim e Amelie, e da barriga crescendo na gravidez eram um sucesso. Iolanda nasceria em poucos meses. Foi então que ela começou a receber pedidos de dicas para fazer fotos como as que fazia. "As pessoas acham que selfie é para mostrar para os outros, mas também é um jeito de se conhecer melhor. Eu fazia selfies para mim e postava. Mas as pessoas queriam produzir algo parecido", conta.

Passado o puerpério, Maria criou, em 2018, o FotoClube. Nas aulas, por onde já passaram 4000 alunos, ela ensina a usar o celular para fazer fotos de uma maneira que pareça feita por um profissional. O negócio foi dando certo, afinal, o aparelho é democrático e nem todo mundo pode comprar equipamento fotográfico.

Na pandemia, o curso bombou. "Minha intenção nunca foi ensinar apenas teoria. Queria colocar um pouco do meu olhar poético nos alunos. No YouTube, você encontra mil dicas técnicas, mas pouca alma", conta ela, que já escreveu livro "Escrevo coisas que não sei dizer", com textos que publica com suas fotos, no Instagram.

O projeto começou ensinando a fazer fotos de família, o que Maria chama de herança fotográfica. Foi então que mulheres começaram a procurar as aulas para aprender a fazer autorretratos e o curso acabou se aprofundando nas selfies.

Maria Emília Dinat é fotografa desde 2009 - Maria Emília Dinat/arquivo pessoal - Maria Emília Dinat/arquivo pessoal
Maria Emília Dinat é fotografa desde 2009
Imagem: Maria Emília Dinat/arquivo pessoal

Posteriormente, veio a demanda das fotos de objetos — uma necessidade que ficou ainda maior na pandemia, quando pequenos empreendedores passaram a depender disso para vender seus produtos. "Havia necessidade de fazer fotos com o celular com mais autonomia. Toda mulher que empreende tem a capacidade de fazer fotos boas de seus produtos e serviço para chegar ao cliente. E foto boa vende", ela afirma. Aí foi uma turma do FotoClube atrás da outra.

Necessidade de se sentir bonita

Maria conta que a maternidade a transformou completamente. "As dores, o parto, o puerpério e o processo de não dormir te fazem muito humana, muito vulnerável. Eu percebi que apesar de me acharem super-heroína, como toda mãe, também sangramos", afirma.

Paralelamente a isso, havia uma necessidade de se sentir bonita e inteira. "A luz natural preenche o rosto, de uma maneira suave, dependendo da posição. Através da luz, eu comecei a enxergar a mim e às mulheres que eu fotografava de um jeito real. Somos muito críticas com nossa aparência. As mulheres precisam de um olhar mais gentil consigo mesmas", ela diz.

Se viver a experiência de um ensaio fotográfico feito por um profissional sai muito caro, o conceito funciona bem também para as fotos feitas em casa, com o celular: uma luz boa muda tudo. Aí, entra o olhar poético de Maria, que ensina a aproveitar o reflexo dos prédios vizinhos no vidro, uma sombra de planta e até a escuridão repentina de uma tempestade vindo — esse último, um dos cenários favoritos da artista para explorações fotográficas. "A fotografia mostra a pessoa mais humana. A gente se critica tanto que nem é humano", diz.

Mas precisa de maquiagem?

Uma das preocupações frequentes das alunas é a maquiagem. Maria faz questão de provar que não é necessário muito para ser linda. "Mulheres reais acabam bonitas sem produção. Já fiz book, com maquiagem carregada, quando era adolescente. Eu nem me reconheço nas imagens. Cílios postiços, por exemplo, pesam tanto que a pálpebra fica fechando e a pessoa pisca. Quando mais natural, seu retrato ficará mais fiel e real à supermulher que você é."

A selfie, segundo ela, é um microssegundo congelado: "É como você está naquele momento. Selfie é também uma maneira de autoconhecimento. E quanto mais natural, melhor".

Veja 4 dicas de Maria Emília Dinat para a selfie perfeita:

  • Limpe bem a lente do celular (geralmente a câmera frontal fica mais suja que a principal)
  • Procure uma boa luz (a luz manda na foto)
  • Use o timer ou um tripé se você quiser fazer uma foto em que apareça mais seu corpo
  • Divirta-se! Geralmente quando faço selfies, faço vários cliques! Vou fazendo até achar uma que goste e que seja sincera com aquele momento.