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Meu Cabelo Tem História

Juliana Franceschi: 'Por trabalhar na TV, mantinha meu cabelo sempre liso'

Ana Bardella

Colaboração para Universa, em São Paulo

16/11/2022 11h00

Antes de trabalhar criando conteúdo para a internet, a jornalista e apresentadora Juliana Franceschi passou por situações espinhosas envolvendo sua imagem. Manter uma frequência de alisamento do cabelo, emagrecer e frequentar fonoaudióloga com o intuito de perder o sotaque do interior foram alguns dos pedidos que mais escutou dos chefes quando atuou em programas esportivos.

Em bate-papo com Universa nos bastidores do programa "Meu Cabelo Tem História", ela relembra essa fase da carreira, que durou de 2010 a 2016. "Em algumas emissoras, logo no momento da contratação, diziam que eu estava acima do peso, que teria que perder uns oito quilos. Me esforçava muito para usar 40, fazia não sei quantos exercícios por dia, horas de jejum e fome. Tudo para driblar meu biotipo, que não é magro", conta.

Com relação ao cabelo, a recomendação era de que deixasse os fios sempre alinhados. "Eu alisava o cabelo desde criança e mantive esse hábito por muito tempo. Nos camarins, sempre buscavam aquele cabelo com ar de capa de revista: com volume controlado e um aspecto de naturalidade — que na verdade nada tinha a ver com meus cachos naturais", comenta.

Com passagens pela RedeTV!, Band e SBT, Juliana foi chamada de "bela repórter" e "musa" pela imprensa da época. "Tudo isso aconteceu há 12 anos e fico feliz por ver que o cenário está se transformando e que vem sendo uma mudança rápida", opina. Ela considera que só conseguiu se conectar com sua verdadeira essência ao parar de seguir as regras de imagem que eram impostas pela TV.

"Na escola, chamavam meu cabelo de bombril"

O motivo pelo qual Juliana começou a alisar os fios tão cedo foi o bullying que sofria dos colegas. "Diziam que eu era feia, que tinha cabelo de bombril. E eu pensava que, se alisasse, esses apelidos parariam. Então insisti muito com a minha mãe e, mesmo a contragosto, ela me deu o procedimento como um presente de Natal", relembra. Depois de fazer a primeira progressiva, ela seguiu fazendo outras durante a adolescência e a vida adulta, até ter um problema de saúde.

"Depois de me machucar com uma progressiva, decidi parar de alisar"

Juliana sofre com lúpus e, em função disso, teve uma reação no couro cabeludo depois de fazer uma escova progressiva. "A doença estava ativa e fiquei cheia de feridas, que doíam ao pentear ou mexer no cabelo. Depois dessa experiência, decidi que aquele foi o último alisamento da minha vida", recorda. Foi a partir dessa decisão que ela iniciou suas pesquisas a respeito de transição capilar e, meses depois, decidiu cortar o mais curto possível.

"A vida toda fui apegada com o cabelo. Era como se eu dependesse dele para a aprovação de outras pessoas. Ali, me senti dona de mim. Ao mesmo tempo que estava apavorada, me senti corajosa. Tenho certeza de que uma nova Juliana nasceu naquela cadeira, no salão de beleza", afirma.

"Perdi o medo de passar óleo na raiz"

Entre as muitas descobertas que a jornalista fez ao assumir o cabelo cacheado está a umectação. "Eu sentia medo de passar óleo na raiz: achava que os fios iam ficar besuntados, emplastrados. Mas na verdade, meu cabelo é seco e ama esse processo. Com certeza, incluir a umectação com óleo vegetal na minha rotina foi um dos maiores acertos que tive", opina.

Outro de seus segredos para manter os fios bem cuidados é o consumo de água. "A hidratação é importante para o funcionamento do corpo todo, incluindo do cérebro. Consumir a quantidade correta de água faz muita diferença para quem busca ter um cabelo e um organismo mais saudável", alerta.

Por último, recomenda o uso de um tônico capilar. "É só colocar na raiz depois da higienização. Não arde, não deixa oleoso. É como se estivéssemos cuidando da 'terra' onde vai nascer o cabelo. O produto estimula o desenvolvimento natural e é primordial para quem quer ter os fios bonitos".

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