Topo

Sexy ou confortável? Tendências de look para a volta ao trabalho presencial

Confortável sim, chique também: aposte em looks "comfy" para a volta ao escritório - Reprodução Instagram Leandra Cohen
Confortável sim, chique também: aposte em looks "comfy" para a volta ao escritório Imagem: Reprodução Instagram Leandra Cohen

Júlia Flores

De Universa

04/11/2021 04h00

Que o home office nos proporcionou a oportunidade de trabalhar de pijama, isso não dá para negar. Mas agora que muitas empresas estão retornando ao trabalho presencial, o dilema "com que roupa eu vou?" está de volta. Enquanto a tendência de look sexy e ousado domina o street style e as passarelas, na volta aos escritórios o que promete bombar é uma mistura de visuais confortáveis com peças e tendências que deixamos no guarda-roupa no início de 2020, quando a pandemia trancou todo mundo em casa.

"A pandemia nos fez perceber que não faz sentido estarmos desconfortáveis em um ambiente onde passamos a maior parte do dia", aponta o consultor de moda Luke Hauckmann. Ele destaca os estilos "comfy" e "loungewear" como as grandes promessas do retorno aos escritórios.

"Por mais que tenhamos o sexy e o glamour com muita força nas passarelas e nas ruas, nos escritórios vai ser diferente. As pessoas entenderam que o que importa é o conforto então acho que elas passarão a apostar em roupas que prezam pela praticidade. Aí entram até os looks de academia (claro, se o dress code da profissão permitir)", destaca Luke.

Universa preparou uma lista com dicas de looks e tendências que prometem ganhar os ambientes profissionais no pós-lockdown. Mas, calma lá, nada de se desesperar! Quem disse que não dá para reaproveitar o que você tem em casa? Anota aí:

Querido guarda-roupa, você é chique!

Não se estresse se você, assim como a maioria das pessoas, não investiu em roupas novas durante a pandemia. O contexto de crise, inclusive a financeira, fez com que repensássemos nossas prioridades de gastos. A consultora de estilo Roberta Freitas diz que revisitar o armário antigo, aquele do pré-pandemia, é uma das tendências da próxima estação.

Para fazer isso, ela recomenda analisar se houve mudanças no estilo; olhar o que não se tem mais vontade de usar e por que; ver o que ainda funciona; entender o que mudou e o que não mudou para adaptar essas peças à nova rotina.

Com tanto tempo em casa, tivemos espaço mental para refletir sobre nossa relação com o consumo e com a nossa imagem. Pudemos olhar com calma pras roupas que temos no armário - Roberta Freitas, consultora de estilo

"Essa ressignificação do que temos no guarda-roupa é importante, né? Faz bem para o nosso bolso e para o meio ambiente", diz Roberta.

Caso haja necessidade de comprar peças novas, não se esqueça de procurar por um brechó ou lojas que revendam peças de segunda mão, orienta a stylist Ana Soares. "Vale a pena pensar em como reaproveitar as roupas, criar novas combinações, misturar estilos. Que tal usar um blazer com calça jeans? Ou uma camiseta com saia estruturada e tênis?", sugere.

Nostalgia está de volta

Para revisitar os looks e peças que você já tem no guarda-roupa, que tal se inspirar na tendência de moda Y2K (moda dos anos 2000) e criar visuais descontraídos, confortáveis e atuais, como fez a influencer na imagem acima?

Para isso, Roberta Freitas sugere incluir peças de tons pastel ao seu dia a dia, assim como vestidos de tricô, bolsa baguete, miçangas, óculos de lentes coloridas ou transparentes, twin sets (conjunto de cardigã com top) e logomania. A consultora cita outra peça-chave nos anos 2000 que voltou com tudo nas últimas estações: o crochê. "Você pode misturar crochê com peças mais urbanas, como alfaiataria, tênis, sapatos formais, para perder um pouco o estilo romântico ou relaxado."

Os conjuntinhos de calça e cropped — tendência nos anos 2000 — também estão de volta. Para não deixar o visual com cara de pijama, Roberta pontua que é imprescindível focar nos acessórios. "Combine com sapatos fechadinhos, bijus à mostra e cabelo e maquiagem desconstruídos, que também dão acabamento ao look. Fica lindo!".

Conforto, aí vou eu!

Se você não quer abrir mão dessa peça no retorno ao escritório, tudo bem. "Por muito tempo o moletom foi considerado a 'roupa de preguiça', mas agora ele é combinado com alfaiataria. A mesma coisa acontece com a roupa de academia: está em alta combinar o famoso shorts biker (de ciclista) com blazer ou uma blusa mais 'arrumadinha'. Essas peças trazem conforto, deixam o visual atual e passam a mensagem de que a gente compra uma roupa e não precisa usá-la só para uma atividade específica", orienta Luke Hauckmann.

A grande tendência é tirar as roupas de caixinhas e trazê-las para outros universos, como o do trabalho - Luke Hauckmann, consultor de estilo

Sexy, uh lala!

Decotes, roupas com recortes, calcinha à mostra, transparência e muita sensualidade dominaram as passarelas dos últimos grandes desfiles de moda e, claro, isso tem relação com a pandemia. Como ficamos muito tempo presos em casa, o que queremos agora é extravasar — e isso se reflete na moda.

Engana-se quem pensa que seriedade e sensualidade são difíceis de combinar, como demonstra a stylist Ana Soares: "O sexy pode ser desde uma transparência a ombros de fora. Vale decotes transpassados e fendas nas saias em peças de malha mais grossa assim como tecidos como algodão ou seda".

Alfaiataria, a tendência que nunca sai de moda

Quando imaginarmos um look tradicional de trabalho, logo nos vem à mente um visual com peças de alfaiataria. No pós-lockdown, não será diferente.

Com cortes diferenciados, cores vivas e combinações inusitadas (por exemplo, com shorts de ciclista), a alfaiaria promete dominar os escritórios mundo afora.

Roberta Freitas ensina como usar a peça de forma mais "moderna": "O legal é recorrer a novos shapes e modelagens desconstruídas (como oversized, calças mais curtas, bermudinhas, lapelas remodeladas e blazer cropped, por exemplo) e uni-las a elementos não óbvios, de um universo mais casual, se o seu ambiente de trabalho permitir".

Preparadas para a volta ao escritório? Pelo visto, o que não vale é ter vergonha de errar. Use a imaginação e não se esqueça da máscara.