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Quem é a skatista brasileira de 16 anos que disputará a Olimpíada de Tóquio

Isa Pacheco, 16, de Florianópolis, representará o Brasil na Olimpíada de Tóquio na estreia da categoria skate - Divulgação/Puma
Isa Pacheco, 16, de Florianópolis, representará o Brasil na Olimpíada de Tóquio na estreia da categoria skate Imagem: Divulgação/Puma

Deborah Bresser

Colaboração para Universa, de São Paulo

21/03/2021 04h00

Aos 6 anos, Isa Pacheco pediu um skate de Dia das Crianças. O que era para ser brincadeira virou esporte e, depois, profissão. Se quando ela começou, não havia um cenário de skate profissional definido hoje o skate se prepara para integrar a lista de esportes olímpicos.

Aos 16 anos, a estudante do ensino médio está entre as atletas escolhidas para representar o Brasil na Olimpíada de Tóquio, prevista para acontecer em julho. Catarinense de Florianópolis, ela ocupa a 2a posição no ranking nacional de skatistas em sua categoria, falou a Universa sobre seus planos e a estreia em uma Olimpíada.

UNIVERSA - Quando você descobriu que queria ser uma atleta profissional?

ISA PACHECO - Comecei aos seis anos, participei do primeiro campeonato aos sete. Lembro que era Dia das Crianças, eu estava em uma loja de brinquedos e minha mãe queria comprar casinha, boneca, e grudei no skate. Comecei a fazer aulinha de skate numa pista que tem na minha rua. A modalidade que eu pratico é o skate park. Comecei a ir bem nos campeonatos, com uns 12, 13 anos. A gente conhece pessoas legais, pode viajar o mundo competindo, me animei a me profissionalizar.

Você está no último ano do ensino médio. Já decidiu o que vai ser quando crescer?

Eu quero continuar no skate! Não sei ainda que faculdade vou fazer, talvez educação física, que tem a ver com esporte.

A skatista Isa Pacheco - Divulgação/Puma - Divulgação/Puma
Isa começou a andar de skate aos 6 anos
Imagem: Divulgação/Puma

Como está sendo competir em um ano de pandemia?

Ficamos um ano sem ter campeonato. A primeira competição foi em janeiro. Foi bom rever os amigos. Agora acabaram de confirmar o Mundial para daqui a dois meses, em Nebraska, nos Estados Unidos.

Quando você percebeu que se classificaria para a Olimpíada de Tóquio? O que sentiu?

Foi tudo muito louco, quando saiu o anúncio de que o skate ia para as Olimpíadas, formaram a seleção, a gente recebeu uniforme e fomos conhecer o centro olímpico. Eu já sou a segunda colocada no ranking brasileiro, então estou praticamente classificada.

Você está em um esporte visto como algo de meninos. Quais barreiras teve que enfrentar?

Eu comecei a fazer aulinha e era a única menina, mas me sentia acolhida, me incentivavam, não tive barreiras. Acho que a minha geração que não teve preconceito.

O que você gosta de fazer para se divertir, além do skate?

Gosto de surfar em Floripa, de ficar com meus amigos, andar de bicicleta, jogar bola.

Pensa em namorar ou o foco é o skate?

Deus me Livre! Para ter um moço chato na minha vida?

Qual o principal desafio da sua categoria no esporte? Quem são suas rivais?

Não curto muito falar em rivais, porque são todas minhas amigas, mas na hora da competição acabam sendo. São Indyara Asp, Dora Varella , Vitoria Bastos e Letícia Gonçalves, meninas que estão na seleção.

Você já se machucou?

Já quebrei o pulso duas vezes, quebrei o dedinho da mão jogando futebol. No começo minha mãe tinha muito medo, mas é um risco calculado.

Qual seu recado para quem sonha em andar de skate?

Sempre falo que o segredo é nunca desistir, é difícil aprender as manobras, mas é só insistir, cola junto com a galera. Eu tinha vergonha de ser zoada, mas perdi o medo.