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3h, emoção e participação especial: como foi o último show do Skank?

Samuel Rosa e Milton Nascimento na despedida do Skank - Reprodução/Instagram @mineirao
Samuel Rosa e Milton Nascimento na despedida do Skank Imagem: Reprodução/Instagram @mineirao

De Splash, em Belo Horizonte

26/03/2023 23h11

Com 30 minutos de atraso, os integrantes do Skank subiram ao palco do Mineirão para fazer o show de despedida da banda. A expectativa era alta para os 50 mil fãs que aguardaram o show por meses. A apresentação foi marcada por emoção e clima de nostalgia.

Com voz embargada, o vocalista Samuel Rosa reviveu trajetória do Skank em discurso no início do show.

Uma banda que conhece Belo Horizonte lá nos anos 90, tocando em bares, muita gente aqui viu, em festinha de faculdade, em qualquer buraco a gente estava tocando. Imaginava, talvez, que pudesse durar três anos, tinha tudo pra dar errado, gente, e estamos aqui 32 anos depois

"Amadurecemos. Envelhecemos. É uma palavra digna. E continuamos relevantes para tanta gente", acrescentou.

O setlist — parecido com outros shows da turnê de despedida — contou principalmente com sucessos da banda lançados nos anos 90 e início dos anos 2000.

Apesar de não surpreender na escolha das músicas, uma surpresa fez o Mineirão tremer: o retorno de Milton Nascimento. Ele, que fez sua última apresentação da carreira no estádio em novembro passado, cantou "Resposta" no bis do show.

"Senhoras e senhores, Milton Nascimento, o Bituca. Sem a usa existência, não estaríamos aqui", anunciou Samuel.

Os gritos apaixonados por Bituca foram quase ensurdecedores. O veterano se emocionou e foi às lágrimas.

Em três horas de show, Skank mostrou que 32 anos depois ainda está em forma. A banda talvez pudesse ter mais 30 anos de rock e reggae, mas provou ser sábia ao sair de cena enquanto ainda é relevante.

Henrique Portugal, Samuel Rosa, Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti na despedida do Skank - alexandrestehling - alexandrestehling
Henrique Portugal, Samuel Rosa, Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti na despedida do Skank
Imagem: alexandrestehling

Uma só voz

Não foi fácil chegar ao Mineirão neste fim de tarde outonal. Splash demorou mais de uma hora para fazer um trajeto que levaria a metade do tempo. Houve quem descesse dos carros para fazer o trajeto a pé no sol quente.

Mas isso não tirou a empolgação do público. Pelo contrário, os fãs prepararam surpresas, como vestir o uniforme usado pelo Skank no videoclipe "É Uma Partida de Futebol", sucesso do álbum "O Samba Poconé" (1996).

No começo, a banda engatou as músicas "Dois Rios", "Esmola" e "Pacato Cidadão" em sequência, sem parar para respirar, nem perder o fôlego.

"Saideira", a sexta canção da noite, foi a primeira a ser cantada com mais empolgação pelo público. A música que poderia sintetizar a noite.

Logo depois, teve espaço para as mais românticas, como: "Ainda Gosto Dela", "Amores Imperfeitos", "Formato Mínimo" e "Balada do Amor".

50 mil pessoas acompanharam o show de despedida do Skank - alexandrestehling - alexandrestehling
50 mil pessoas acompanharam o show de despedida do Skank
Imagem: alexandrestehling

Quando a banda se aproximava da metade do show, ela compilou faixas que marcaram a carreira por unir rock e reggae, característica do Skanka desde os anos 90.

Em "Jackie Tequila", Samuel desceu do palco, foi parar no meio da galera, autografou camisas e tirou selfies.

Na sequência, cantou o primeiro sucesso do grupo, "Te Ver", do segundo álbum, "Calango" (1994). "Acima do Sol" seguiu a sequência de hits com mais de 20 anos.

Em "Três Lados", Samuel incentivou as pessoas a balançarem camisas de time. "Quem não tem camisa de time, tira a própria e balança, porr*".

Mais que as camisas, boa parte do público tirou o pé do chão, parecia uma grande festa no estilo carnaval de Salvador.

Mas foi em "Vou Deixar" que o Mineirão tremeu de verdade. "Garota Nacional", "Algo Parecido" e "Vamos Fugir" mantiveram o clima lá em cima e também agitaram a noite.

O bis foi quase um show a parte. Com sete músicas, trouxe surpresas como "Baixada News" — não cantada em outras etapas da turnê de despedia.

Skank se despediu dos palcos em show histórico no Mineirão - Alexandre Rezende/Folhapress - Alexandre Rezende/Folhapress
Skank se despediu dos palcos em show histórico no Mineirão
Imagem: Alexandre Rezende/Folhapress

Sem pressa para ir embora

Pequenos erros nas músicas "Mil Acasos" e "Sutilmente" foram corrigidas no final do show. A banda repetiu as faixas para o registro audiovisual que foi gravado durante a despedida e será lançado em breve para marcar o momento.

"Vamos repetir o show inteiro? Três horas", brincou Samuel. O público reagiu com coros de "eu não vou embora".

Antes de sair do palco pela última vez, Skank agradeceu músicos, produtores e nomes que ajudaram a banda a se manter de pé por 32 anos. Eles, claro, também agradeceram aos fãs, que retribuíram com um longo aplauso.

Setlist do show:

1) Dois Rios
2) É uma Partida de Futebol
3) Esmola
4) Pacato Cidadão
-- Discurso
5) Proibido
6) Saideira
7) Canção Noturna
8) Ainda Gosto Dela
9) Amores Imperfeitos
10) Formato Mínimo
11) Balada do Amor
12) Ela me deixou
13) Jackie Tequila
14) Te Ver
15) Acima do Sol
16) Eu Disse a Ela
17) Vou Deixar
18) Garota Nacional
19) Mandrake e os Cubanos
20) Esquecimento
21) Sutilmente
22) Algo Parecido
23) Vamos Fugir
-- Bis
24) Resposta (com Milton Nascimento)
25) Mil Acasos
26) Ali
27) Simplesmente
28) O Beijo e a Reza
29) Baixada News
30) Tanto
31) Mil Acasos
32) Sutilmente
33) Tão Seu