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Conheça "coquetéis de mentira" e dê um descanso para o fígado na quarentena

Quer dar um tempo no álcool? Coquetéis de mentirinha ajudam nessa empreitada - Getty Images
Quer dar um tempo no álcool? Coquetéis de mentirinha ajudam nessa empreitada
Imagem: Getty Images

Pedro Marques

Colaboração para Nossa

08/05/2020 04h00

Beber em casa tem sido a única opção nos últimos tempos e, claro, tem gente exagerando — tem até meme circulando nas redes sociais dizendo que os bares precisam reabrir para que as pessoas deem uma maneirada no álcool. Como ainda vai levar um tempo para que as coisas voltem ao normal, dar um descanso pro corpo é fundamental (inclusive é recomendação da Organização Mundial de Saúde).

Para essas horas, vale a pena apostar no mocktail, a versão moderna do drinque sem álcool. O nome em inglês é uma junção das palavras "mock" e "cocktail" e sugere um "coquetel falso".

É essa a principal diferença entre as bebidas com e sem álcool: um mocktail parece com um drinque e não é só suquinho, como explica o bartender Marco De La Roche, editor do portal Mixology News, voltado para os profissionais do setor.

Mocktails iniciam uma nova fase para os drinques sem álcool - Unsplash - Unsplash
Mocktails iniciam uma nova fase para os drinques sem álcool
Imagem: Unsplash
"Os coquetéis sem álcool de 1990 a 2010 eram basicamente misturas desequilibradas de sucos concentrados, em camadas, com decorações espalhafatosas. Já os coquetéis sem álcool dos últimos anos tem a função de esconder visualmente que é um mocktail, ou seja, não deixar o cliente sem álcool exposto no bar, além de que se busca um perfil de sabor mais adulto, maduro e equilibrado. A importância da apresentação é a conexão com um drinque, e não com um suco", afirma.

Tendência (mesmo antes da pandemia)

E a opção por um coquetel elaborado, porém sem álcool, tem aumentado bastante. "O estilo de vida mais saudável, restrições de consumo para dirigir e a consciência de que uma boa noite não precisa ser, necessariamente, regada a álcool estão fazendo com que as pessoas procurem bebidas bem trabalhadas, mas que não tirem o glamour e o prazer de segurar um coquetel na mão", diz La Roche.

Nogroni, versão "clean" do Negroni - Divulgação - Divulgação
Nogroni, versão "clean" do Negroni
Imagem: Divulgação
Esse movimento dos consumidores tem inclusive despertado a atenção de grandes nomes do segmento. No fim do ano passado, a Diageo, que tem em seu portfólio marcas como Smirnoff, Tanqueray e Ypióca, comprou a Seedlip, que faz destilados não-alcoólicos. A empresa tem seis rótulos, entre eles o Spice 94 e o Grove 94, que podem ser usados como substitutos do gim. Há também o Nogroni, versão "clean" do Negroni.

Lá fora há outras marcas, como a Ritual Zero Proof, que oferece alternativas à tequila, ao uísque e ao gim, e a Mingle, que tem mocktails prontos, como Mojito e Moscow Mule. Esses produtos não estão à venda no Brasil, e a alternativa é fazer você mesmo os seus drinques.

Desafio para bartenders

Para La Roche, pode ser até mais complicado preparar um bom mocktail do que um bom drinque.

"É preciso criar uma harmonização que traga frescor, equilibrio entre docura e acidez, um certo toque seco no paladar para fazer as vezes do álcool e muita criatividade na escolha dos ingredientes", ensina.

Ainda assim, não é algo difícil como física quântica, e você pode ir testando e pegando o jeito. Para começar, vale experimentar o French Smash, criado por De La Roche. A receita você confere a seguir.