Do Japão a Taiwan, Ásia inspira os drinques mais surpreendentes do momento
![Okinawa, drinque do Imakay Okinawa, drinque do Imakay](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/80/2024/02/22/okinawa-drinque-do-imakay-1708615810485_v2_900x506.jpg)
Quando você quer "beber a Ásia", o que vem na sua cabeça? Para a enorme maioria o saquê japonês, para alguns uma cerveja (também japonesa), e até uísque. Adivinha? Sim, made in Japan.
É claro que a predominância nipônica se explica pelo sucesso que sua gastronomia faz por aqui. Para beber, surgem saquês nunca antes desbravados pelo brasileiro.
Mas há muito mais a ser experimentado, no Japão e fora dele. Com vocês, a Ásia maravilhosa traduzida em muitos e bons drinques.
Cadê o saquê?
Vamos começar pelo que muita gente conhece. Ou ACHA que conhece. O Japão da coquetelaria brasileira tem feito coisas que nenhum japonês poderia imaginar - não, não é a sakerinha.
Kevin Cavalcanti, e sua mais recente carta para o Imakay revela nada menos que 14 drinques e todos eles com bases de shochu, awamori - não sabe o que são estes destilados? Cola nessa super matéria do Sergio Crusco - e o surpreendente saquê nigori (branco e turvo).
Apostando nos drinques que pegam mais leve no álcool, algumas criações do bartender de apenas 25 anos se destacam:
![Hana, drinque do Imakay Hana, drinque do Imakay](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/71/2024/02/22/hana-drinque-do-imakay-1708615694342_v2_450x450.jpg)
![Matsuri, drinque do Imakay Matsuri, drinque do Imakay](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/cf/2024/02/22/matsuri-drinque-do-imakay-1708615753425_v2_450x450.jpg)
O floral Hana, com saquê nigori, vodca, redução de lichia, limão siciliano e licor de flor de sabugueiro.
Meu favorito, chamado Matsuri, é uma espécie de Margarita à moda nipônica, com shochu de cevada, tequila infusionada com pimenta de cheiro, limão tahiti, Contreau e borda de sal katsuobushi com Campari.
Já o queridinho de Kevin é tudo menos óbvio: o Okinawa tem awamori como base e leva cold brew de chá de jasmim com água de coco, jerez Oloroso, Frangélico, bitter de laranja e bitter de ume, a ameixa japonesa.
Trago destaque para a variedade e versatilidade etílica do país. É uma carta que o que mais brilha é o spirit, conta.
No comando das coqueteleiras do Shiro, o pequeno notável bar em cima do restaurante Kuro comandado por Ana Gumieri, por exemplo, também trouxe o awamori.
![Laranja De Ouro, do Shiro Laranja De Ouro, do Shiro](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/b9/2024/02/22/laranja-de-ouro-do-kuro-1708616158016_v2_750x1.jpg)
Para preservar o frescor do destilado a escolha foi trazer salinidade vínica e um cítrico natural.
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OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberAchei que o Jerez e a kinkan, uma laranja japonesa, fariam uma boa combinação. Para finalizar, adicionei o bitter de laranja que trouxe adstringência e aroma cítrico, explica. E nasceu assim o Laranja De Ouro.
No trio Tan Tan, mais inspiração asiática, mas também de olho no Brasil. Como explica Caio Carvalhaes, de lá, surgem umeboshi e yuzu. Daqui, priprioca e açaí. E do mundo, a banana.
![Chinese Dessert, drinque do TanTan Chinese Dessert, drinque do TanTan](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/f7/2024/02/22/chinese-dessert-drinque-do-tantan-1708616296886_v2_750x1.jpg)
No Chinese Dessert, inspirado na sobremesa chinesa com a fruta caramelada, a fruta é o toque final em uma base de cachaça, vermute, Angostura e gergelim tostado.
E o awamori surge também em uma das casas de Thiago Bañares, com Chaganju, em que o destilado tem a companhia de espumante de carambola, manga e priprioca.
Taiwan no copo
Uma referência bem menos popular em terras brasileiras é Taiwan e um dos lugares mais interessantes para conhecer a riqueza da pequena ilha é o Aiô.
![Improved Kavalan Cocktail, drinque do Aiô Improved Kavalan Cocktail, drinque do Aiô](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/8e/2024/02/22/improved-kavalan-cocktail-1708616425563_v2_750x1.jpg)
Na batuta esperta de Mauricio Barbosa, outro jovem nome que tem abalado copos, taças e mentes etílicas, dois drinques bem específicos trazem muitas referências de Taiwan.
Fiz uma pesquisa muito grande e bem intensa de ingredientes taiwaneses usados dos restaurantes renomados aos bares, conta Maurício.
A base, como em Taiwan e em boa parte do planeta, é de bebidas já consagradas, como vodca, uísque, cachaça e jerez, "mas todos eles eu sempre coloco algum ingrediente taiwanês", explica. "E também texturas né, muita textura".
Os mais característicos dessa toada, segundo o bartender são o Improved Kavalan Cocktail, feito à base de açúcar mascavo, uísque taiwanês, bitter aromático e absinto.
![Folha de shissô Folha de shissô](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/d7/2024/02/22/folha-de-shisso-1708616499641_v2_750x421.jpg)
Uma boa pedida também é o Kimmen, com um destilado de sorgo de cereais chamado Kimmen Kaouliang, suco de limão, jerez fino, xarope de mel com vinho branco e bitter de pêssego. Tudo isso finalizado com shissô.
Pop Coreia
![Dalgona Martini, drinque do Bicol Dalgona Martini, drinque do Bicol](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/b4/2024/02/22/dalgona-martini-drinque-do-bicol-1708616568368_v2_450x600.jpg)
Entre tradição, modernidade e modismos, a Coreia do Sul tem um fandom apaixonado no Brasil e nada fica de fora. Na música, séries, gastronomia e mais especificamente nos drinques, o país asiático caiu nas graças dos brasileiros.
Quem quer mergulhar em uma das experiências coreanas mais interessantes e saborosas, que é seu churrasco, o Bicol é um prato cheio. E as criações etílicas do jovem chef Gregorio Kang não decepcionam.
Quer mais um destilado típico para a sua lista do "preciso provar?". Anota aí: na Coreia, quem reina é o soju, um destilado a base de arroz e, em versões mais populares, também outros cereais.
É ele também quem dita o drinque mais interessante da carta, chamado Dalgona Martini.
No lugar dos clássicos vodca e licor de café, Gregório utiliza o soju, vermute seco e Amaro Averna e ao invés do café espresso, um creme de café coreano dalgona (receita que viralizou pouco antes da pandemia).
O drinque fica bem balanceado e representa bem a Coreia pelo soju, e o Dalgona, que em sua essência é um biscoito feito em barracas de rua, o mesmo que apareceu na série 'Round 6', conta.
Temperada Tailândia
Não que esta coluna queira influenciar seus desejos de viagem, mas ao que tudo indica a Tailândia logo, logo estará entre eles.
Um motivo mais distante e sem data é a terceira temporada de "The White Lotus" que está sendo gravada por lá. O outro, bem mais próximo, é o Ping Yang, um dos restaurantes mais badalados da capital paulista e praticamente a embaixada culinária da Tailândia por aqui.
![Rao Ram Garita, drinque do Ping Yang Rao Ram Garita, drinque do Ping Yang](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/42/2024/02/22/rao-ram-garita-drinque-do-ping-yang-1708616633947_v2_450x600.jpg)
Para não falar da comida comandada por Maurício Santi (ainda), vamos com os drinques elaborados por André Ferreira.
No DNA tailandês da casa, se destaca o PY Sour, um sour clássico com gim, limão, clara de ovo, açúcar e que varia a erva do dia, sempre escolhida fresquíssima.
Entre os mais clássicos, chama atenção o Chaplu Sour.
Chaplu é uma folha clássica tailandesa, que a mãe do Mau (o chef Mauricio Santi) planta pra nós e que aparece em vários pratos do nosso cardápio, explica.
Outros ingredientes típicos surgem pela carta e cardápio, como a folha de Rao Ram, muito herbal e floral no nariz. Já na boca, fica picante. E nos drinques, dá vida ao Rao Ram Garita, versão do tradicional coquetel mexicano feito à base de tequila, cointreau, suco de limão e açúcar.
*Trilha sugerida para harmonização com essa coluna: "Little Wonder", de David Bowie.
Quem quiser bater um papinho, sou a @sigaocopo no Instagram.
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