França enfrenta problemas por regra sobre hijab para cerimônia de abertura da Olimpíada
Por Layli Foroudi
PARIS (Reuters) - O governo francês e as autoridades olímpicas disseram nesta quarta-feira que estão buscando soluções criativas para permitir que a corredora francesa muçulmana Sounkamba Sylla consiga usar seu hijab na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, ao mesmo tempo em que as leis seculares do país sejam cumpridas.]
Milhares de atletas, incluindo algumas que utilizam o hijab, estão chegando para a Olimpíada de Paris, destacando as tensões na França sobre identidade nacional e a percepção de discriminação contra os muçulmanos.
Sylla, parte da equipe de revezamento de 400 metros, escreveu na sua conta do Instagram na segunda-feira que o seu hijab -- um lenço para cobrir cabelo utilizado por várias mulheres muçulmanas -- a impediria de aparecer na gigantesca cerimônia de abertura ao longo do rio Sena.
"Você é selecionado para os Jogos Olímpicos, organizados no seu país, mas não pode participar da cerimônia de abertura por usar um lenço no cabelo”, disse Sylla.
Ela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A França, lar da maior minoria muçulmana da Europa, aplica leis para proteger o princípio do secularismo sob o qual funcionários e alunos escolares são proibidos de utilizar símbolos e roupas religiosas em instituições públicas.
Grupos defensores de direitos afirmam que essa regra acaba, efetivamente, servindo como discriminação contra muçulmanos.
Ansiosos para evitar um problema embaraçoso dentro de casa com o mundo todo assistindo, o governo francês e as autoridades do Comitê Olímpico Internacional disseram que estão dispostos a encontrar uma solução em conjunto com Sylla, mas não deixaram claro qual seria.
De acordo com o jornal Le Parisien, Sylla deve participar da cerimônia de abertura usando um chapéu.
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