Ninguém sequer imaginava. Quando a temporada da NBA começou, em outubro, o Golden State Warriors não era nem tratado como um possível azarão. Nas projeções dos especialistas, nunca apareceu como candidato a ser campeão de novo. Em algumas delas foi cotado com 0,5% de chance de voltar à final e apenas 0,1% de vencê-la. Bem, as previsões estavam erradas.
A expectativa era por mais um ano de Giannis Antetokounmpo com o Milwaukee Bucks, dos Clippers de Kawhi Leonard, dos 76ers renovado ou do Phoenix Suns, que tinha batido na trave na temporada passada. Os Warriors, ignorados. Vendo em retrospectiva, porém, fica muito mais fácil de entender o título surpreendente de Stephen Curry e companhia: estrelas acostumadas a ganhar, no time mais vencedor da NBA nos últimos anos e alguns ajustes no estilo de jogo que mudou a liga inteira.
Os Warriors reconquistaram a NBA após dois anos de martírio. Desde a final perdida para o Toronto Raptors, em 2019, a franquia perdeu Kevin Durant, sofreu com as lesões seguidas de Klay Thompson, teve Stephen Curry afastado por quebrar a mão e amargou a pior campanha da liga. Mas também se reinventou, trabalhou seus coadjuvantes em uma evolução assombrosa e curou as feridas para voltar ao topo e celebrar o sétimo título de sua história.
Enquanto a NBA vivia a bolha contra a covid-19, venerava os Lakers de LeBron e depois os Bucks de Antetokounmpo, Curry e cia. passavam por uma reconstrução. Agora, o título mais imprevisível tem um gostinho diferente e comprova que eles são o time a ser batido. No patamar dos Celtics de Bill Russell e dos Bulls de Jordan, o Golden State Warriors se tornou a dinastia da NBA da atual geração.