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Paralimpíadas: brasileiros isolados são liberados para treinar no Japão

Atletas brasileiros estavam sem poder treinar para as Paralimpíadas em Tóquio - REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Atletas brasileiros estavam sem poder treinar para as Paralimpíadas em Tóquio Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Da Agência Brasil

11/08/2021 12h54

Chegou ao fim a angústia de 27 atletas brasileiros que disputarão as Paralimpíadas de Tóquio e estavam sem conseguir treinar devido ao isolamento em Hamamatsu, a 250 quilômetros da capital japonesa. A liberação para a realização de atividades - separados de outros esportistas - foi concedida na noite de ontem (10) pelo prefeito da cidade, Yasutomo Suzuki. Eles foram isolados após um integrante da delegação testar positivo para o novo coronavírus (covid-19) no desembarque em Tóquio, na última sexta-feira (6).

Ontem, o nadador Daniel Dias publicou um vídeo no Instagram pedindo compreensão das autoridades locais, uma vez que a ida da delegação brasileira a Hamamatsu antes das Paralimpíadas se deu justamente para aclimatação e treinamento. Além disso, segundo ele, os atletas isolados - que integram as seleções de natação, halterofilismo, goalball e tênis de mesa - testaram negativo para covid-19, mas a prefeitura da cidade, até então, não permitia sequer a saída dos esportistas do quarto durante a vigência da quarentena de 14 dias, iniciada no sábado (7), um dia após a delegação desembarcar no Japão.

Após a liberação para treinos, Daniel também se manifestou pela rede social, agradecendo o apoio.

"Vim aqui agradecer a todos que escutaram nossa mensagem e pedido de ajuda. Finalmente conseguimos autorização para treinar aqui em Hamamatsu. Nós continuaremos isolados, em grupos separados, mas ao menos poderemos ir para a piscina e academia, que é o nosso grande objetivo aqui. Nosso objetivo é treinar. Recebemos muito carinho. Essa união certamente nos fortalece para entregarmos nosso melhor nos Jogos Paralímpicos. Partiu, treino", comemorou o nadador, em vídeo publicado no Instagram.

Segundo o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), os atletas isolados treinarão em horários diferentes dos que não tiveram contato com a pessoa infectada da delegação e que já tinham, inclusive, iniciado as atividades em Hamamatsu. O transporte às arenas será feito em veículos separados. A quarentena vai até o próximo dia 21, a três dias do início das Paralimpíadas. A seleção de natação, porém, deve embarcar para Tóquio no dia 18, pois as disputas no Centro Aquático da capital começam no dia 25.

O protocolo do Comitê Organizador Local da Tóquio-2020 prevê o isolamento de pessoas de contato próximo ou que estavam em um raio de duas fileiras de assentos do indivíduo infectado - o que englobou 52 membros da delegação brasileira ao todo. O CPB, porém, alegou que a última versão do livro de regras dos Jogos dizia ser "permitido" aos atletas "treinar, igualmente em isolamento, e até mesmo competir", citando que o mesmo aconteceu com equipes de África do Sul, Comitê Olímpico Russo e Itália na Olimpíada.

"O CPB agradece ao prefeito de Hamamatsu, Yasutomo Suzuki, pela sensibilidade em liberar os treinos, após cinco dias de reclusão dos atletas que testaram negativo desde os testes antes do embarque no Brasil, em 5 de agosto. Agradece também à embaixada brasileira em Tóquio, pelo apoio de primeira hora ao grupo brasileiro em Hamamatsu", conclui a nota divulgada pelo Comitê brasileiro.