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Bruno Guimarães domina funções no meio-campo e conduz seleção olímpica

Volante do Lyon-FRA soma duas assistências e é quase perfeito em bolas longas nas Olimpíadas - Lucas Figueiredo/CBF
Volante do Lyon-FRA soma duas assistências e é quase perfeito em bolas longas nas Olimpíadas Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

30/07/2021 18h00

A campanha da seleção brasileira de futebol masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio conta com o faro artilheiro de Richarlison e a experiência decisiva de Daniel Alves, mas na primeira fase um personagem mais discreto que essa dupla foi quem chamou atenção: o volante Bruno Guimarães. Com ele no time titular, o Brasil entra em campo amanhã (31), às 7h, contra o Egito, em partida válida pelas quartas de final.

O jogador do Lyon-FRA foi titular em todo o ciclo olímpico sob o comando do treinador André Jardine e só ficou fora das convocações quando acabou chamado por Tite para servir à seleção principal. Em campo, honra a confiança da comissão técnica como peça importante em mais de uma função do meio-campo e sendo uma espécie de motorzinho, um condutor das dinâmicas ofensivas da equipe.

Contra Alemanha e Costa do Marfim, Bruno Guimarães atuou como segundo volante se movimentando de área a área para ditar o ritmo da equipe. Já diante da Arábia Saudita, com a suspensão de Douglas Luiz, ele atuou como o primeiro homem à frente da linha de zaga e lidou sem qualquer problema com o aumento de responsabilidade defensiva. Nos três jogos, acumulou estatísticas de destaque: 91,3% de média de acertos de passe, 15 duelos vencidos em 23 disputados e outras 15 bolas longas corretas em 18 tentativas.

Esse recurso das bolas longas é fundamental num time como o do Brasil, que procura sempre ter jogadores bem abertos nas pontas, seja um lateral como Daniel Alves e Guilherme Arana ou um atacante, a exemplo de Antony. Os passes longos em que Bruno Guimarães tem sido quase perfeito nestas Olimpíadas também mostram que sua saída de bola é limpa no que se convencionou chamar de primeira fase do jogo.

Na frente, o volante acumula duas assistências em momentos difíceis dos jogos contra Alemanha (quando se vencia por 3 a 2) e Arábia Saudita (o placar estava empatado em 1 a 1). Ele soma três chances de gol criadas e seis passes decisivos, aqueles de deixar na cara do gol.

Bruno - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Com a volta de Douglas Luiz, Bruno volta a jogar como segundo volante amanhã (31)
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Para além da influência de Bruno Guimarães no jogo da seleção, ele é um dos líderes da equipe com jogos como capitão durante a preparação para as Olimpíadas e um dos jogadores que mais fez questão de participar do torneio. Em seu contrato de transferência do Athetico-PR para o Lyon no começo de 2020, ele pediu o acréscimo de uma cláusula de liberação em caso de convocação para os Jogos. Na hora H, o clube nem sequer contestou, ao contrário de vários outros companheiros vetados.

No futebol francês, o brasileiro de 23 anos já soma 46 partidas, com três gols marcados e duas assistências. Ele é titular frequente e desperta o interesse do Arsenal-ING para a próxima janela de transferências.

Antes de pensar no futuro, Bruno Guimarães põe os olhos no Egito, adversário de amanhã com a camisa da seleção brasileira olímpica. Os Faraós se classificaram no grupo em que a Argentina caiu na primeira fase e chegam determinados a surpreender mais uma vez. Quem passar enfrenta Coreia do Sul ou México na briga por medalha nas semifinais.

FICHA TÉCNICA
BRASIL x EGITO

Competição: Jogos Olímpicos de Tóquio, quartas de final
Local: Estádio Saitama, em Saitama (Japão)
Data/hora: 31 de julho de 2021 (sábado), às 7h (de Brasília)
Árbitro: Chris Beath (Austrália)
Assistentes: Anton Shchetinin e George Lakrindis (ambos da Austrália)
VAR: Marco Guida (Itália)

BRASIL: Santos; Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho; Antony, Matheus Cunha e Richarlison. Técnico: André Jardine.

EGITO: El-Shenawy; Karim El-Raki, Osama Galal, Hegazy, El-Wench e Ahmed Fotouh; Tawfik, Taher Mohamed e Sobhi; Mohsen e Ahmed Rayan. Técnico: Gharib Shawky.