Topo

Derrota em Tóquio amplia histórico de mau perdedor de Gabriel Medina

Gabriel Medina fica desolado após derrota nas Olimpíadas de Tóquio - Ryan Pierse/Getty Images
Gabriel Medina fica desolado após derrota nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Ryan Pierse/Getty Images

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

27/07/2021 22h22

Gabriel Medina encerrou sua participação em Tóquio falando pouco - ou quase nada - após a derrota para o japonês Kanoa Igarashi, nas semifinais do surfe. Nas poucas palavras que deu sobre a bateria, o bicampeão brasileiro criticou, sem ser muito direto, a forma como foi eliminado dos Jogos Olímpicos.

A esposa Yasmin Brunet e a maioria dos brasileiros acusaram os juízes da prova de 'roubo' por supervalorizarem a nota dada a um aéreo executado pelo surfista japonês.

"É triste quando isso acontece. Muita gente mandou mensagem. É difícil passar o ano treinando e se esforçando, chegando nisso. A minha parte, eu fiz. Agora é continuar trabalhando. Tem coisas que não dá para entender, mas é assim", lamentou em rápida entrevista à TV Globo.

Gabriel Medina não quis falar com os outros jornalistas do país que o esperavam na praia e também não apareceu na praia quando Ítalo Ferreira ganhou a medalha de ouro, o que provocou algumas críticas pelo seu comportamento.

Esta, aliás, não foi a primeira vez que Medina foi tachado de mau perdedor por alguns críticos. Ao longo da carreira, o bicampeão brasileiro acumulou outras polêmicas por não concordar com resultados de baterias.

Medina cobra revisão da WSL

Em 2019, por exemplo, Gabriel Medina questionou a Liga Mundial de Surfe (WSL) após ser eliminado pelo compatriota Caio Ibelli da etapa de Peniche, em Portugal, por conta de uma interferência.

Logo depois do evento, o bicampeão mundial deu sua versão sobre o fato e disse que aguardava uma revisão da organização.

A WSL, por sua vez, informou que, depois de analisar as imagens oficiais do evento, manteria a decisão inicial de punir Medina.

Palmas irônicas para os juízes

Em 2016, quando brigava pelo segundo título mundial (que veio em 2018), Medina caiu para o americano Tanner Gudauskas em uma bateria apertada e polêmica em Trestles, na Califórnia. Antes mesmo do fim da bateria, Medina se revoltou com a nota que considerou baixa dos juízes.

Quando ouviu do sistema de som a nota dos juízes, ainda com cerca de quatro minutos para o fim da bateria, Medina se sentou sobre sua prancha e começou a bater palmas de braços levantados, em claro gesto de ironia e descontentamento com a avaliação (veja aos 7:35 do vídeo abaixo). O padrasto do brasileiro também foi filmado questionando a nota dos juízes.

"Hora de ir para casa. Muito triste, eu dedico ou dediquei minha vida para isso... Estou cansado, cansei", desabafou Medina nas redes sociais após a derrota.

Recusa a subir no pódio

Ainda em 2012, seu segundo ano na elite, Gabriel Medina se recusou a subir no pódio depois de não concordar com as notas dadas pelos juízes em sua derrota para o australiano Julian Wilson na final da etapa de Portugal.

Ao saber do resultado, Medina caiu em lágrimas e, tomado de raiva, recusou a subir no pódio. Depois, convencido por sua equipe, foi receber o prêmio, fez um discurso sincero, destacando o erro dos juízes, e desceu sem esperar a premiação para o australiano.

Julian Wilson sozinho em pódio em Portugal, em 2012 - Reprodução / WSL - Reprodução / WSL
Julian Wilson sozinho no pódio em Portugal
Imagem: Reprodução / WSL