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Botafogo: auxiliar vê grupo unido e garante motivação para a Copa do Brasil

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/06/2022 20h21

O Botafogo teve sua série de vitórias no Brasileirão interrompida na derrota para o Fluminense. Mas o fato do clube não subir na tabela para se aproximar dos líderes não vai fazer com que o grupo desanime para o duelo da Copa do Brasil na próxima quinta-feira (30). Pelo menos é o que garantiu o auxiliar Vitor Severino, que comandou o Alvinegro na suspensão do técnico Luís Castro.

Severino viu que o grupo sentiu a derrota no clássico, mas que isso é passageiro e que a união dos jogadores fala mais alto.

"A motivação não vai cair. Estamos tristes, porque o grupo sentiu que trabalhou muito e tivemos nossas oportunidades mesmo não fazendo um jogo bom. Mas enquanto tivermos um grupo unido, abraçado, que acreditam uns nos outros, igual ao que encontrei no vestiário, a motivação não vai baixar nunca", observou o assistente técnico.

Aliás para o duelo da Copa do Brasil, Severino também enxerga que a estratégia de jogo do Botafogo não deve ser modificada, algo que deve acontecer apenas para o jogo de volta, que será no Nilton Santos.

"Em termos de estilo de jogo do Botafogo (jogos mata-mata) não muda nada. Porque sabemos que é duelo diferente, uma eliminatória, estrategicamente é diferente, o resultado da ida conta, o (plano) da volta vai ter que ser feito pelo que aconteceu na ida", declarou Vitor Severino.

Durante a semana, o Botafogo teve problemas para montar a equipe com o alto número de atletas que seriam desfalques para o clássico. Erison, inclusive, foi cortado do time titular antes da bola rolar no Nilton Santos. O auxiliar evitou dar desculpa que ver o Fluminense ter um domínio maior no jogo foi por causa das ausências.

"Não vou dizer que (o estilo de jogo) teve a ver apenas com isso com a questão de termos jogadores limitados, lesões, problemas durante a semana ou suspensões. Teve a ver com tudo, o jogo é complexo para se dizer agora que o fato de termos tido desfalques é porque tivemos menos posse de bola. Não é só isso, teve a ver com aquilo que o adversário fez", iniciou.

"Mas essa é uma das variáveis que ajuda a explicar, uma equipe que tem a semana toda para treinar com todo o elenco disponível é diferente de uma equipe que tem a semana toda para treinar, mas que hoje tem uma informação, amanhã tem outra, depois é uma lesão... Montar uma estratégia sabendo o time que vai jogar é um cenário, não foi esse que nós tivemos. Pode ser que isso tenha trazido dificuldades, mas é injusto dizer isto para com os jogadores que jogaram hoje, que lutaram, trabalharam e se entregaram muito", acrescentou.

"Existe um impacto emocional de perder, que é sempre negativo para nós. Mas não quero lançar nenhuma desculpa e dizer que foi isso (dificuldade na montagem do time) que passamos mais tempo defendendo. Tenho que deixar uma palavra aos jogadores disponíveis, alguns acabaram o jogo exaustos, mas com a cabeça erguida, unidos como sempre, temos um grupo fantástico, que trabalha muito, uma verdadeira família", concluiu.

Para o próximo jogo do Brasileirão, contra o Bragantino no dia 4 de julho, o Botafogo vai voltar a ter desfalques confirmados. Chay e Joel Carli tomaram terceiro amarelo e cumprirão suspensão automática.

Outras respostas na entrevista coletiva de Vitor Severino:

Estratégia de jogo contra o Fluminense:

"Partimos com uma intensão, toda ideia é uma intensão. É uma prévia antes do jogo. Depois do jogo há várias explicações que podem ser dadas, e normalmente tem a ver com o resultado. Não só com o resultado, porque existem variáveis que podem ser explicadas como posse de bola, números de finalizações. Mas na verdade aquilo que decide jogo são quantidade de gols marcados. Nosso adversário hoje marcou um gol, e nós não montamos uma estrutura de jogo para acontecer o que aconteceu de termos 20% de posse de bola. Foram as contingências do jogo, tem a ver com a forma de jogar do adversário, tem a ver com nossas limitações, tivemos uma semana difícil com dúvidas até antes do jogo com quem eventualmente poderíamos jogar.

Mas montamos uma estrutura que nos permitisse sermos sólidos defensivamente, mas sempre com o objetivo de irmos ao ataque e criar finalizações. Não criamos tão menos finalizações que o adversário, tivemos nossas oportunidades, inclusive uma flagrante quando o jogo estava zero a zero. Mas o adversário teve este domínio territorial, em termos de posse e mereceu ganhar. Seguiremos nosso caminho."

Estrutura de jogo contra o Fluminense

"Quando se fala muito de estrutura, parece que um sistema muda tudo. Mas quem faz sistema e estrutura são os jogadores disponíveis, são dinâmicas. E outra variável, que se fala poucas vezes, é aquilo que o adversário faz. O jogo tem a ver com duas equipes. O adversário tem um jogo triangulado, combinação. Por vezes parece que quem está do outro lado sem a bola deveria pressionar, mais alto. Mas a verdade é que o próprio jogo ofensivo do Fluminense tem a ver com isso, com o chamar para criar espaços. Não queríamos permitir essa criação de espaços. Criamos e sabíamos que não teríamos 100% de eficácia nos passes, queríamos também sair e sabíamos quais eram os espaços para onde queríamos sair. Mas eles ganharam e nós perdemos. Esta é a história do jogo"

Alto número de lesões

"As perguntas são boas. As respostas (para o alto índice de lesões) teriam que ser dadas pelo departamento médico. Óbvio que estamos a par daquilo que vai passando, mas estamos focados numa área muito mais técnica e tática. Como eu disse, quando existe muitas lesões, muitas derrotas, vamos a procura de explicações. O ser humano é assim que funciona. Quando as coisas correm muito bem vamos a procura de coisas boas: tudo é perfeito, tudo correu bem. As lesões esportivas tem a ver com a alta intensidade dos jogos. É multidimensional, não é fácil para mim explicar isso. Mas é normal, todas as equipes têm seus momentos, vamos passar longos períodos sem lesões. Quando aparecem a palavra é um pouquinho fantasma dizer que alguma coisa está mal feita. Não. Como eu disse, o grupo está fechado, acreditamos naquilo que estamos fazendo

(As lesões) também tem a ver com jogadores que são chamados para jogar não tendo minutos acumulados, e jogam um jogo de alta intensidade como o jogo contra o Fluminense, é normal que alguns apareçam cansados. É muito mais fácil para mim falar de caráter de jogadores que eu sei que deram a vida de hoje, do que falar deste tipo de questão (lesões) que vão aparecer sempre. Não vamos atrás de culpados, faz parte do futebol. Mas vamos passar por momentos com o elenco mais completo."

Botafogo com três zagueiros

"A estrutura não quer dizer que jogaremos sempre com três zagueiros, e três zagueiros nem sempre será uma estrutura sempre defensiva. O primeiro jogo que o time fez em casa com esta estrutura teve uma porcentagem muito grande no último terço, passes dentro da área e finalizações. É um paradoxo dizer que uma equipe tem três zagueiros e vai defender mais, ou que uma equipe com três atacantes vai atacar mais. Com essa tática temos tido mais solidez defensiva, nem sempre em todos os jogos, mas tivemos muito mais capacidade de sairmos em contra-ataque rápido e criar finalizações que permitiu chegarmos a gols. Hoje não foi o caso."

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