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Uefa se diz desapontada com a Fifa e lista 'perigos' de Copa a cada 2 anos

Entidade máxima do futebol pretende mudar a periodicidade da Copa: de quatro em quatro anos para dois em dois anos - AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA
Entidade máxima do futebol pretende mudar a periodicidade da Copa: de quatro em quatro anos para dois em dois anos Imagem: AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA

Do UOL, em São Paulo

22/09/2021 12h30Atualizada em 22/09/2021 13h16

A Uefa emitiu, no início da tarde de hoje, um comunicado em que manifesta estar "desapontada" com a ideia da Fifa de mudar o calendário do futebol mundial, incluindo a realização da Copa do Mundo de dois em dois anos.

No texto, a entidade europeia afirma que a metodologia utilizada pelo órgão máximo do futebol tem "levado projetos de reforma radical a serem promovidos abertamente antes de ter sido dada, juntamente com outras partes interessadas, a oportunidade de participação em qualquer reunião".

Em relação à Copa, a Uefa listou o que classifica como quatro "perigos reais" envolvidos na mudança da periodicidade do evento, que ocorre historicamente de quatro em quatro anos. São eles:

  • a diluição do valor do evento número 1 mundial do futebol, cuja ocorrência quadrienal lhe confere uma mística com a qual cresceram gerações de torcedores;
  • a erosão das oportunidades esportivas para as seleções nacionais menos poderosas, substituindo jogos regulares por torneios finais;
  • o risco para a sustentabilidade dos jogadores, obrigados a participar em competições de alta intensidade no verão [europeu] em todos os anos, em vez de intervalos de recuperação mais longos em anos alternados;
  • o risco para o futuro dos torneios femininos, privados de espaços temporais exclusivos e ofuscados pela proximidade dos principais eventos masculinos.

"Estas são apenas algumas das sérias preocupações que a proposta da Fifa provoca à primeira vista e não podem ser dissipadas simplesmente com 'slogans' promocionais sem fundamento sobre os supostos benefícios de um calendário mais extenso", prosseguiu a Uefa, que ressaltou o seu pedido para participar de debates sobre o tema.

"A Uefa e as suas 55 federações membro ainda não receberam uma resposta da Fifa sobre este pedido", finalizou o órgão europeu.

Na última segunda-feira (20), a Fifa anunciou que estava planejando organizar uma "reunião online" para o dia 30 de setembro. A ideia é justamente consultar algumas federações sobre o assunto - a CBF (Confederação Brasileira) e AFA (Associação Argentina) estão entre os participantes.