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Vasco vai à CBF, ouve áudios e mantém pedido por retirada do VAR na Série B

Árbitro Alisson Sidnei Furtado faz consulta ao VAR durante partida entre Vasco e Brasil de Pelotas, em São Januário, pela Série B do Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF
Árbitro Alisson Sidnei Furtado faz consulta ao VAR durante partida entre Vasco e Brasil de Pelotas, em São Januário, pela Série B do Brasileiro Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

06/09/2021 20h13

Em nota oficial publicada na noite de hoje (6), o Vasco informou que dirigentes foram à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) "tratar dos últimos acontecimentos acerca das polêmicas envolvendo o clube e a arbitragem do Campeonato Brasileiro da Série B". Segundo o Cruz-Maltino, no encontro, foram apresentados áudios e vídeos do VAR do jogo com o Brasil de Pelotas, na última sexta-feira. A posição de ir ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pela impugnação da partida e a exclusão da tecnologia na competição, porém, estão mantidas.

Ainda de acordo com o documento publicado, representantes do Vasco foram recebidos por Leonardo Gaciba, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, além de Alício Pena Júnior e Cláudio Vinícius Cerdeira, integrantes da citada comissão.

O Cruz-Maltino, também na nota, contesta a forma com o VAR foi implementado na Série B e ressaltou que não houve "um congresso técnico, que deveria ter sido convocado pela CBF para discutir com os clubes e informar/validar o sistema VAR a ser utilizado".

"Na Série B a CBF decidiu contratar às pressas, no meio do campeonato, uma empresa com um ano apenas de existência, sem experiência e sem a disponibilidade adequada de imagens para operar o sistema. Por que transformar os clubes e seus torcedores em cobaias?", diz trecho da nota.

No jogo entre Vasco e Brasil de Pelotas, em São Januário, o Cruz-Maltino teve um gol anulado por impedimento. O VAR, porém, não foi capaz de traçar as linhas no pé do atacante Daniel Amorim e comprovar se estava ou não em posição irregular. Desta forma, valeu a decisão da arbitragem de campo.

Após a partida, tanto o técnico Lisca quanto o diretor executivo de Futebol Alexandre Pássaro protestaram e lembraram o caso que aconteceu contra o Internacional, pelo Brasileiro do ano passado, quando o VAR não foi capaz de determinar se Rodrigo Dourado, do Colorado, estava impedido ou não sob a alegação de "linhas descalibradas".

Veja nota na íntegra:

"Na manhã desta segunda-feira (06/09), o Club de Regatas Vasco da Gama esteve presencialmente na sede da Confederação Brasileira de Futebol para tratar dos últimos acontecimentos acerca das polêmicas envolvendo o Clube e a arbitragem do Campeonato Brasileiro da Série B.

Na reunião, o Vasco foi representado pelo 1o Vice-Presidente Geral, Carlos Roberto Osório, e pelo Vice-Presidente Jurídico, José Cândido Bulhões Pedreira. Os dirigentes foram recebidos pelo presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, o Sr. Leonardo Gaciba, além dos Srs Alício Pena Junior e Cláudio Vinicius Cerdeira, integrantes da Comissão.

No encontro foram apresentadas ao Clube as informações do VAR (áudio e vídeo) relativas à partida Vasco da Gama x Brasil-RS, realizada na última sexta-feira em São Januário. Na visão da Comissão de Arbitragem, a penalidade a favor do atleta Léo Matos, marcada pelo árbitro, o Sr. Alison Sidnei Furtado, foi corretamente retirada após intervenção do VAR. Os dirigentes do Clube não concordaram com a interpretação da Comissão. Para o Vasco da Gama, o pênalti sofrido pelo atleta Léo Matos foi corretamente marcado e os poucos ângulos disponíveis para a revisão do lance não são suficientemente claros para justificar a reversão da marcação feita pelo árbitro de campo, que estava bem colocado e marcou a penalidade com convicção.

Já o impedimento marcado no lance do gol do atleta Daniel Amorim no segundo tempo, áudio e vídeo do VAR disponibilizados pela Comissão de Arbitragem mostram claramente que, mais uma vez em prejuízo do Vasco, as linhas do VAR para aferição da posição de impedimento não puderam ser utilizadas por falta de condições técnicas básicas.

Dessa vez a explicação para a impossibilidade de utilização das linhas do VAR não foram as "sombras" no estádio e sim a insuficiente quantidade de câmeras para a correta operação do sistema na Série B. Não existia na partida nenhuma câmera adicional para uso do VAR, apenas as 5 câmeras normalmente utilizadas nas transmissões de partida da Série B. Sendo assim, não havia câmeras com a angulação necessária para aferir adequadamente as linhas de impedimento, consequentemente, impedindo o sistema VAR de implementar a linha que aferiria o posicionamento correto do atleta vascaíno.

Diante desses fatos, o Vasco da Gama comunicou à Comissão de Arbitragem que está requerendo à CBF a imediata suspensão da utilização do VAR nas partidas da Série B 2021. Não há infraestrutura tecnológica e oferta de imagens suficientes para que seja viável a operação do sistema. Nas partidas da Série A são disponibilizadas de 9 até 13 câmeras por partida, a tecnologia é operada por empresa com experiência nacional e internacional comprovada, e mesmo assim existem graves e recorrentes problemas.

Na Série B a CBF decidiu contratar às pressas, no meio do campeonato, uma empresa com um ano apenas de existência, sem experiência e sem a disponibilidade adequada de imagens para operar o sistema. Por que transformar os clubes e seus torcedores em cobaias?

Um sério agravante para essa decisão, inclusive, foi a ausência de um congresso técnico, que deveria ter sido convocado pela CBF para discutir com os clubes e informar/validar o sistema VAR a ser utilizado na Série B, para implantação durante uma competição que já passou de sua metade. Apesar da utilização do Árbitro de Vídeo estar previsto em regulamento, as condições tecnológicas e operacionais são infinitamente inferiores às da Série A e da Copa do Brasil, que são as referências que os clubes dispunham até então. Se o Vasco da Gama fosse consultado se concordaria com a implementação de um VAR com limitações técnicas na Série B, o que desvaloriza e gera dúvidas quanto a credibilidade da competição, nossa única resposta possível seria um forte não!

Faltou transparência e sensibilidade da parte da CBF nessa situação, decidindo de forma açodada e sem garantias técnicas e materiais para o correto funcionamento do Árbitro de Vídeo. Sem as condições adequadas para o uso da tecnologia, os prejuízos ao futebol brasileiros são enormes, e ainda estamos apenas na segunda rodada da série B com uso desse VAR com graves limitações técnicas. O Vasco da Gama espera que esse equívoco seja corrigido imediatamente para garantir o fair play e a credibilidade da competição"

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