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Após ano sem 'crias', Flamengo vê caras novas surgirem, e Ceni tem dilema

Rogério Ceni conversa com o elenco do Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Rogério Ceni conversa com o elenco do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

25/12/2020 04h00

Após a temporada de 2019 ter sido recheada de conquistas e um time com medalhões, o Flamengo encerra este ano de percalços e inicia 2021 com caras novas, que surgiram ao longo desta temporada, ganharam espaço e se tornaram conhecidas dos torcedores. Estas novas joias fazem o técnico Rogério Ceni atravessar um "dilema".

O goleiro Hugo Souza, o lateral direito Matheuzinho, o zagueiro Natan, o lateral esquerdo Ramon, o volante João Gomes e o meia Pepê são alguns exemplos disso. Crias da base, eles foram acionados, corresponderam, e tiveram chances na equipe principal, tanto com Domènec Torrent quanto com Ceni.

Neste início de caminhada na Gávea, porém, Ceni ainda está conhecendo os jovens durante o trabalho no dia a dia e tem indicado optar por jogadores mais experientes para os 11 iniciais. Desta forma, caberá ao treinador fazer a já famosa mescla entre a base e os mais rodados para "dar liga" à equipe.

No ano passado, com um time titular fixo e a filosofia de não poupar jogadores, imposta pelo então técnico Jorge Jesus, foram poucas as chances aos nomes criados no clube. A escalação que entrou para a história contava com: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luis; Arão, Gerson, Arrascaeta e Everton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol.

Na atual temporada, porém, as férias "prolongadas" do elenco profissional, lesões, Covid-19, despedidas e algumas contratações que não renderam o esperado na Gávea foram fatores que ajudaram com que a base se tornasse a solução para o Rubro-Negro.

O retorno do time principal já com o Campeonato Carioca em andamento, por conta da disputa do Mundial de Clubes do ano passado, fez com que o Fla começasse o Estadual com o sub-20, o que levou alguns jovens a mostrassem as suas credenciais. O surto de contágio de Covid-19 que atingiu o elenco, em setembro, e o alto número de lesões também colaboraram para abertura de vagas.

No caso de Natan, titular contra Santos e Bahia, ainda há o fato de Gustavo Henrique e Léo Pereira, contratados como reforços para a temporada, junto a Santos e Athletico, respectivamente, não terem conseguido o desempenho esperado inicialmente.

Destes, inegavelmente, Hugo Souza, o Neneca, foi o que teve mais destaque. De quarta opção no setor, foi alçado a titular e "incomodou" o experiente Diego Alves, que, inclusive, esteve em meio a uma novela para a renovação de contrato.

Neste mês, inclusive, os vínculos de Hugo Souza e Pepê foram renovados. O primeiro até 2025, e o segundo até junho do ano que vem. Natan, Matheuzinho e Ramon também tiveram os contratos estendidos recentemente.

O único setor que, hoje, não conta com peça vinda da base é o ataque. O até então solitário Lincoln está afastado desde o início de dezembro e tem o futuro ainda indefinido.

O Rubro-Negro alega ter uma proposta do Pafos, do Chipre, mas o clube europeu não fez contato com Lincoln nem com os representantes para dar continuidade às tratativas. A situação, inclusive, se tornou um dos incômodos assuntos do Fla neste fim de ano e ainda não há uma solução alinhada.