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Fã de Senna, Abel Ferreira mora na Academia de Futebol e 'vive' o Palmeiras

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante treino na Academia de Futebol - Cesar Greco
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante treino na Academia de Futebol Imagem: Cesar Greco

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

30/11/2020 04h00

Abel Ferreira completará na próxima quarta (2) um mês de sua chegada ao Brasil. Em "lua de mel" com o Palmeiras, o técnico recuperou a equipe e chama a atenção no dia a dia por estar obcecado pelo trabalho. Desde que desembarcou, ele e sua comissão técnica moram na Academia de Futebol.

Aqueles que convivem com os portugueses veem neles uma capacidade elogiável de compartilhar informações. Junto dos auxiliares João Martins, Vitor Castanheira e Carlos Martinho, o comandante gosta de ouvir e conhecer mais sobre a rotina no clube que virou sua casa. A vida deles no Brasil é, basicamente, o Palmeiras.

Abel disse, em uma série especial na página do Facebook do Verdão, que ler é uma das coisas que mais gosta de fazer quando não está no campo. Tem, também, a mania de fazer anotações sobre o trabalho ao longo do dia — "é melhor um mal apontamento do que uma boa memória", disse.

Ainda se adaptando ao Brasil e em meio à pandemia do novo coronavírus, Abel se desliga por alguns momentos do trabalho com automobilismo. Admirador de competições a motor, o treinador nutre desde criança uma admiração pelo ex-piloto brasileiro de F-1 Ayrton Senna. Quando está em Portugal, gosta de andar de moto e tem até um kart.

"Meu pai adorava o Alain Prost, e eu adorava o Ayrton Senna. Adorava passar tardes vendo com o meu pai as corridas. Minha mãe falava: 'vocês são tolinhos, ficam vendo os carros dando voltas'. E eu adorava. Adorava a determinação, a ousadia, as imagens dele quando ganhou em Interlagos (em 1991) é qualquer coisa de extraordinário, é inacreditável o quanto ele sofreu para ganhar. Adorei o documentário dele na Netflix. É uma inspiração para todo mundo", afirmou Abel, à TV Palmeiras.

O tempo livre, porém, é curto. Durante as quase quatro semanas, foram oito jogos, com duas fases de mata-mata vencidas na Copa do Brasil (contra Red Bull Bragantino e Ceará) e uma boa vantagem obtida nas oitavas de final da Copa Libertadores. Após fazer 3 a 1 no Delfín (EQU) fora de casa, o Verdão de Abel Ferreira pode até perder por 2 a 0 quarta, no Allianz Parque, que mesmo assim avança.

Orientações por WhatsApp

Com pouco tempo para treinar durante esse último mês, Abel aposta muito na conversa e explicações de conceitos aos jogadores. Para isto, usa frequentemente o grupo de WhatsApp que possui com o elenco.

"Por mais que eu esteja um pouco separado (por lesão), temos um grupo no WhatsApp, até feito por ele (Abel), mostrando jogadas de treinos. Estou muito feliz, confesso que não conhecia o trabalho, mas hoje posso falar que é um cara feito para o Palmeiras, que quer vencer, que tem obsessão. Ele chegou sem tempo e mostrou que é grande, que pode treinar o Palmeiras e com ele só temos a crescer, pela ideia e dinâmica de jogo", disse Felipe Melo, em entrevista ao podcast da Copa Libertadores.

"Eu gosto muito da ideia de jogo dele, às vezes o volante recua para sair com três (jogadores da defesa), avançando os laterais quase como pontas. A gente tem a posse de bola, trabalhando saída de bola, com variações táticas. Mas de repente se está pressionado, não arrisca e é bola para o mato que o jogo é de campeonato", completou o capitão, que se recupera de uma fratura no tornozelo esquerdo.

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