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Como Fla foi de sucesso no YouTube a fiasco em cobrança de jogo no MyCujoo

De Arrascaeta encara a marcação na semifinal da Taça Rio entre Flamengo e Volta Redonda - Thiago Ribeiro/AGIF
De Arrascaeta encara a marcação na semifinal da Taça Rio entre Flamengo e Volta Redonda Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/07/2020 13h00

Nos minutos finais da última quarta-feira (1º), a direção do Flamengo celebrava a vitória por 2 a 0 sobre o Boavista, a vaga na semifinal da Taça Rio, mas, sobretudo, a transmissão da partida na FlaTV, marco histórico festejado pelos rubro-negros.

A exibição do jogo significou um triunfo da MP 984 sobre a Globo, que tentou derrubar a transmissão até o fim. Sem a decisão judicial cabível, a emissora viu seu novo desafeto atingir um pico de 2,2 milhões de pessoas em seu canal do Youtube e somar novos inscritos na plataforma.

O evento foi considerado um sucesso, visto que a transmissão contou com recursos de primeira linha e não houve graves problemas operacionais. Além do mais, o Fla embolsou uma grana oriunda dos "ingressos voluntários" dos torcedores. Se não foi nada considerado de "outro patamar", ao menos o clube capitalizou.

Com a torcida embalada e engajada na causa, a expectativa era de novos recordes e grandes números para o confronto ante o Volta Redonda, válido pela semifinal. A cúpula mudou seu entendimento e um novo e até então pouco conhecido personagem entrou em cena: o MyCujoo.

A plataforma de streaming já havia firmado parceria para a transmissão internacional da partida contra o Alviverde, mas com cobrança para os rubro-negros de fora do país. Disposta a faturar, a cúpula deixou de lado a FlaTV optou pelo MyCujoo, dando início a protestos de muitos rubro-negros. Internamente, a decisão dividiu o presidente Rodolfo Landim e seus pares.

O acesso ao conteúdo custaria R$ 10 aos não-sócios e seria gratuito para os sócios-torcedores, mas o serviço de streaming não suportou a avalanche de acessos. Torcedores informaram que não conseguiam completar o pagamento para ter acesso e alguns, inclusive, disseram que, após inúmeras tentativas, desistiram de comprar a entrada. O MyCujoo se explicou no Twitter e reconheceu as falhas.

Diante da pressão e das crescentes queixas, Landim recuou e abriu o sinal para a FlaTV, que transmitiu o duelo e não fez menção à mudança de planos em cima da hora. Com as mudanças de última hora, a Nação não teve tempo de se mobilizar e não bateu os números de quarta-feira. Mesmo após a evidente correção de rumo, Landim defendeu a escolha inicial:

"Estamos procurando conhecer bem o mercado de streaming. Fizemos um teste mais uma vez com pagamento, só que o sucesso foi tão grande que acabou se criando um gargalo no processo de pagamento da plataforma. Houve um fluxo muito grande próximo da hora do jogo, não se teve capacidade de processamento. Por conta das pessoas que não conseguiram, entendemos que seria melhor abrir no Youtube".

O aplicativo e o clube terão de se entender sobre o ressarcimento daqueles que efetivaram a compra, mas ainda não há nada 100% definido sobre o tema. Ao UOL Esporte, Terence Gargantini, CEO da empresa na América do Sul, limitou-se a dizer:

"O CRF vai se comunicar com seus torcedores após o jogo sobre esse assunto".

Na manhã de hoje (6), a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) realizou sorteio para definir o mando de campo do Fla x Flu, jogo válido pela final do returno e que pode garantir ao Rubro-negro o bi do Carioca. Como o Tricolor foi apontado como mandante, o Fla perde a prerrogativa de negociar a transmissão da partida, que ainda é uma incógnita 48h antes de a bola rolar.