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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como Arthur foi de jogador de seleção a reforço para o time B do Liverpool

Arthur participa de jogo da equipe sub-21 do Liverpool contra Rochdale  - Lewis Storey/Getty Images
Arthur participa de jogo da equipe sub-21 do Liverpool contra Rochdale Imagem: Lewis Storey/Getty Images

27/09/2022 04h00

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Quando o Liverpool anunciou a contratação por empréstimo do meio-campista brasileiro Arthur, no último dia da janela de transferências, o que não faltaram nas redes sociais foram fãs de futebol perguntando "por quê?".

Pouco menos de um mês depois de o negócio ser concretizado, nem mesmo o técnico Jürgen Klopp parece ser capaz de responder a essa dúvida.

O treinador alemão só utilizou o ex-jogador de Grêmio, Barcelona e Juventus por 13 minutos de uma única partida (estreia na Liga dos Campeões da Europa, contra o Napoli) e já liberou seu rebaixamento para reforçar o time B do clube.

Arthur já disputou duas partidas pela equipe de aspirantes do Liverpool: uma pela Premier League 2, um campeonato exclusivo para reservas, e outra pela Papa John's Trophy, uma competição que mistura clubes das divisões menores da Inglaterra e escalações alternativas de quem frequenta a elite.

Em um desses jogos, o brasileiro foi o único titular do Liverpool com mais de 21 anos (o ex-Grêmio tem 26). No outro, o zagueiro Nathaniel Phillips, de 25, engrossou um pouquinho mais a presença dos veteranos.

Ainda que a ida do meio-campista para a equipe B não seja definitiva e tenha tido como principais objetivos melhorar a condição física do jogador e acelerar sua adaptação ao futebol inglês, o rebaixamento temporário mostra que as coisas não andam muito boas para Arthur.

Esse cenário, aliás, não é novidade para o brasileiro. Comparado a Xavi Hernández logo que chegou ao Barcelona, em julho de 2018, o meia não conseguiu manter o alto nível do seu futebol e caiu em descrédito com a torcida depois de exagerar na vida noturna e entregar pouco desempenho dentro de campo.

A mudança para a Itália, dois anos depois, em um negócio de 76 milhões de euros (R$ 395 milhões), nitidamente superfaturado por questões fiscais, era a chance de Arthur recuperar seu status no futebol europeu e convencer Tite de que deveria continuar sendo um jogador de seleção.

Também não foi o que aconteceu. Arthur virou um dos símbolos do declínio da Juventus (que parou de ser campeã do Calcio), sofreu com críticas por exagerar em passes pouco produtivos, virou reserva e entrou na lista dos dispensáveis, de onde saiu com o empréstimo ao Liverpool.

O acordo do brasileiro com os ingleses tem apenas uma temporada de duração. De acordo com o jornalista Fabrizio Romano, o contrato tem uma opção de compra no valor de 37,5 milhões de euros (R$ 194,7 milhões). Mas, a não ser que algo muito fora do comum aconteça nos próximos meses, é difícil imaginar os Reds acionando essa cláusula.

Depois de protagonizar uma briga cabeça a cabeça com o Manchester City pelo título inglês na temporada passada (terminou um ponto atrás), o Liverpool vem tendo um começo de 2022/23 especialmente turbulento.

Sem Sadio Mané, que se transferiu para o Bayern de Munique, a equipe de Klopp tem tropeçado mais que de costume e ocupa só a oitava posição na Premier League. Com nove pontos conquistados até o momento (e uma partida a menos), tem apenas a metade da pontuação do Arsenal, líder da competição.

A expectativa dos Reds é que a paralisação das suas atividades por duas semanas por conta da Data Fifa sirva como uma espécie de reinício da sua temporada. A primeira partida depois da pausa é neste sábado, contra o Brighton, em Anfield.

Três dias depois, o compromisso é frente o Rangers, também em casa, mas pela Champions, torneio no qual também tem colhido resultados abaixo da expectativa -ganhou do Ajax, mas foi goleado por 4 a 1 pelo Napoli.