Topo

Rafael Reis

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que um time de fora da Europa irá disputar a Champions nesta temporada?

O Maccabi Haifa, de Israel, irá disputar a Champions pela 3ª vez na história - Divulgação
O Maccabi Haifa, de Israel, irá disputar a Champions pela 3ª vez na história Imagem: Divulgação

25/08/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Liga dos Campeões é o torneio que coloca em campo anualmente os times de futebol mais importantes da Europa. Nesta temporada, no entanto, um dos participantes de sua fase de grupos não possui sede no Velho Continente.

O Maccabi Haifa, atual campeão isralense, classificou-se para participar da etapa principal do torneio interclubes número um do planeta ao vencer três mata-matas qualificatórios (passou por Olympiacos, da Grécia, Apollon Limasol, do Chipre, e Estrela Vermelha, da Sérvia.

Basta ter alguma noção de geografia ou pegar um mapa-múndi para ver que Israel não fica na Europa, mas sim na Ásia. Seu território fica do outro lado do Mar Mediterrâneo, já no Oriente Médio, e faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia, Palestina e Egito.

As cidades europeias mais próximas de Israel estão no Chipre, separadas por cerca de 500 quilômetros de água.

Mas, então, o que o Maccabi Haifa está fazendo nesta edição Champions?

A questão é que, apesar do que nos ensinam os livros de geografia, para o mundo do futebol, Israel é uma nação europeia.

Por determinação da Fifa, sua federação é afiliada à Uefa, a entidade que gerencia a modalidade no Velho Continente, desde 1991. O motivo é que seria simplesmente impossível para os israelenses disputarem competições na Ásia (o que aconteceu entre 1954 e 1974).

Israel não possui relações com a maioria dos países do Oriente Médio, todos asiáticos. Mais: os regimes islâmicos mais radicais impedem que seus cidadãos tenham qualquer tipo de relações com israelenses por considerarem que eles são inimigos de estado.

Ou seja, israelenses jogando campeonatos da AFC, a confederação asiática, certamente produziriam uma chuva de incômodos diplomáticos e até mesmo de WOs (quando um dos times não aparece para o jogo ou se recusa a entrar em campo).

Esta, aliás, está longe de ser a primeira participação de um clube de Israel na fase de grupos da Champions. O próprio Maccabi Haifa esteve na elite da Europa em duas oportunidades (2002/03 e 2009/10). Em ambas, não conseguiu avançar aos mata-matas decisivos.

Antes da atual temporada, a última aparição de uma equipe israelense entre os 32 clubes que disputam a etapa principal do torneio continental havia sido com o Maccabi Tel Aviv, na temporada 2015/16.

A melhor campanha da história do país em uma competição europeia foi alcançada pelo Maccabi Haifa, que chegou às quartas de final da hoje extinta Recopa, em 1998/99, e igualada três anos depois pelo Hapoel Tel Aviv, na Copa da Uefa (atualmente, Liga Europa).

Após o encerramento da fase preliminar da Liga dos Campeões, que distribuiu as últimas seis vagas para a etapa principal da competição (uma delas, a do Maccabi Haifa), o sorteio que definirá os grupos da competição será realizado hoje, a partir das 13h (de Brasília).

Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain, Milan, Porto, Ajax e Eintracht Frankfurt serão os cabeças de chave (pote 1) e não poderão se enfrentar de imediato.

Por causa da realização da Copa do Mundo no fim do ano, a fase de grupos desta temporada da Champions será realizada de forma expressa. O número de rodadas foi mantido (seis), mas elas serão compactadas em menos de dois meses, entre 6 de setembro e 2 de novembro.

O sucessor do Real Madrid no posto de melhor time da Europa será conhecido no dia 10 de junho de 2023. O palco da final será o estádio Olímpico Atatürk, em Istambul (Turquia), originalmente escolhido como sede da decisão de 2021, que precisou ser transferida para Portugal por causa da pandemia da covid-19.