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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que brasileiros perdem a chance de contratar jogadores como Luis Díaz?

Luis Díaz é um dos destaques do Liverpool na Champions - Eric Verhoeven/Soccrates/Getty Images
Luis Díaz é um dos destaques do Liverpool na Champions Imagem: Eric Verhoeven/Soccrates/Getty Images

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Autor de dois gols nos mata-matas decisivos da Liga dos Campeões e provável titular do Liverpool na final contra o Real Madrid, neste sábado, Luis Díaz poderia ter passado um tempo no futebol brasileiro antes de ver sua carreira explodir na Europa.

No começo de 2019, o atacante colombiano chegou a negociar uma transferência com o Flamengo, que preferiu apostar na contratação de Bruno Henrique a investir no então destaque do Junior Barranquilla.

A história não é muito diferente das protagonizadas por Luis Suárez, James Rodríguez e tantos outros jogadores sul-americanos que foram rejeitados por equipes do futebol pentacampeão mundial no começo da carreira e, após irem para o Velho Continente, acabaram se tornando astros mundialmente conhecidos e admirados.

Esses casos não são mera coincidência, mas sim reflexo da forma pouco estruturada como o Brasil acompanha a bola que é jogada em seus vizinhos.

Apesar da vontade de investir em jogadores dos outros países da América do Sul (até por eles, na média, custarem menos do que os talentos locais), raros são os clubes brasileiros que possuem olheiros e observadores atentos no que está rolando na Argentina, na Colômbia, no Chile, etc.

Os sul-americanos que vêm ao Brasil normalmente são "descobertos" por meio de indicações de empresários e com análises muito baseadas em estatísticas e vídeos de melhores momentos (os antigos DVDs).

As poucas exceções são aqueles jogadores que já estavam há tanto tempo se destacando no cenário continental que era impossível não conhecê-los, como o argentino Matías Zaracho, que foi contratado pelo Atlético-MG, e o colombiano Rafael Santos Borré, que o Palmeiras tentou, mas não conseguiu transformar em seu reforço.

O problema é que atletas do nível de Díaz, James ou Suárez não dão mole por tanto tempo assim no futebol sul-americano a ponto se ficarem conhecidos por "todo mundo". Logo, já aparece um time europeu por aqui para levá-los embora.

Por isso, a única forma dos clubes brasileiros conseguirem contratá-los é aprimorar seus sistemas de detecção de jovens talentos para identificar um jogador de potencial antes dos europeus (que mantêm observadores na América do Sul). E, depois, é preciso confiar o suficiente na sua avaliação para investir sem medo nesse reforço.

É raro, mas, de vez em quando, algumas das nossas equipes executam esse processo com sucesso. O Palmeiras, por exemplo, buscou o zagueiro Yerry Mina na Colômbia e o lateral esquerdo Matías Viña no Uruguai para depois revendê-los ao Barcelona e a Roma, respectivamente.

Lá atrás, no começo do século, o Corinthians fez o mesmo com os argentinos Javier Mascherano e Carlos Tevez, que depois foram vendidos ao West Ham. Mas são exemplos tão escassos que podem ser contados nos dedos.

Luis Díaz está no Liverpool há apenas quatro meses. Ele foi contratado em janeiro, após se destacar no Porto, e rapidamente caiu nas graças do técnico Jürgen Klopp. Em meia temporada com a camisa dos Reds, já soma seis gols e cinco assistências.

A final entre Real Madrid e Liverpool será a mais pesada da história da Liga dos Campeões e levará a campo nada menos que 19 títulos da competição que é o desejo máximo de jogadores, treinadores, dirigentes e torcedores: 13 dos espanhóis e seis dos ingleses.

Esse será o terceiro encontro dos dois clubes na decisão do torneio continental. Em 1981, os Reds venceram por 1 a 0. O troco veio quatro anos atrás, com uma vitória por 3 a 1 dos merengues.

Pelo terceiro ano consecutivo, a partida que distribuirá o título de melhor time de futebol do Velho Continente não será disputada no local inicialmente programado pela Uefa.

Depois de levar as duas últimas finais da Champions para Portugal por conta da pandemia da covid-19, a entidade europeia resolveu tirar o jogo do título desta edição de São Petersburgo como forma de sanção pela invasão da Rússia à Ucrânia.

Com isso, a partida que definirá o sucessor do Chelsea no posto de campeão europeu será realizada no sábado, 28 de maio, em Saint-Denis, nos arredores de Paris (França).

Finais europeias 2021/22

LIGA EUROPA
18/05 - Eintracht Frankfurt 1 (5) x (4) 1 Rangers, no Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilha (ESP)

CONFERENCE LEAGUE
Ontem - Roma 1 x Feyenoord 0, na Arena Kombëtare, em Tirana (ALB)

LIGA DOS CAMPEÕES
28/05, às 16h - Liverpool x Real Madrid, no Stade de France, em Saint-Denis (FRA)

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, o Palmeiras vendeu o zagueiro Yerry Mina ao Barcelona, e não ao Everton. O erro foi corrigido.