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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que Gabigol dificilmente terá nova chance em time de ponta da Europa?

Gabigol não deu muito certo quando jogou no futebol europeu - Dinho Zanotto/AGIF
Gabigol não deu muito certo quando jogou no futebol europeu Imagem: Dinho Zanotto/AGIF

24/11/2021 04h00Atualizada em 24/11/2021 06h32

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Gabriel Barbosa já ultrapassou a marca de 100 gols pelo Flamengo, conquistou dois títulos brasileiros e um da Copa Libertadores da América, foi artilheiro de ambas as competições e até recuperou seu lugar na seleção.

Não é à toa que o camisa 9 rubro-negro é a maior esperança de gol do clube carioca na decisão brasileira da Libertadores-2021, contra o Palmeiras, neste sábado, no estádio Centenário, em Montevidéu (URU).

Mas nem todo o sucesso que tem feito pelo clube mais popular da América do Sul nas últimas três temporadas deve lhe proporcionar a oportunidade de apagar a maior mancha do seu currículo profissional.

Gabigol já teve a chance de jogar no primeiro escalão do futebol europeu. E foi uma grande decepção. Em um ano de Inter de Milão, disputou só dez partidas e fez um mísero golzinho. Emprestado ao Benfica, ficou por apenas seis meses em Portugal e também balançou as redes uma única vez.

Por mais que tenha recuperado a fama de goleador depois que retornou ao Brasil e que hoje seja um dos maiores ídolos do Flamengo, o camisa 9 só deixará de ser tratado como um "jogador que fracassou na Europa" se um dia retornar para um clube da prateleira de cima do Velho Continente e conseguir vencer por lá.

Só que o comportamento atual de clubes como Real Madrid, Liverpool, Bayern de Munique e Chelsea (para citar os últimos vencedores da Champions) torna bem pouco provável essa possibilidade de Gabigol reescrever sua história.

Aos 25 anos, o atacante se tornou "velho demais" para sair de um clube brasileiro diretamente para uma equipe daquelas que brigam por títulos importantes no futebol europeu.

Hoje em dia, essas equipes vêm ao Brasil (a toda América do Sul, para ser mais preciso) em busca de adolescentes ou jovens de no máximo 20 ou 21 anos que possam terminar sua formação lá no Velho Continente. Foi assim com Vinícius Júnior e Rodrygo (Real Madrid), Lucas Paquetá (Milan), Gabriel Jesus (Manchester City) e com o próprio Gabigol, quando foi negociado a Inter, em 2016.

A exceção foi o caso da recente ida de Daniel Alves para o Barcelona. Só que essa transferência foi completamente atípica. O veterano lateral direito ex-São Paulo já era ídolo na Catalunha por conta da sua passagem anterior pelo clube e não exigiu nenhum investimento dos culés.

Se ainda tiver o desejo de provar que pode vencer na Europa, Gabigol terá de se contentar com clubes menos expressivos. Foi o que fez Gerson, seu ex-companheiro de Flamengo, que retornou ao Velho Continente para jogar no Olympique de Marselha.

Talvez brilhando em uma equipe menos poderosa do cenário europeu por duas ou três temporadas, ele convença alguma potência de que merece uma nova oportunidade para apagar de vez o lado negativo da sua história.

Pela terceira vez na história, o futebol brasileiro vai emendar três títulos consecutivos da Libertadores. Entre 1997 e 1999, Cruzeiro, Vasco e Palmeiras colocaram o país do futebol no topo do pódio do torneio sul-americano. De 2010 a 2014, Internacional, Santos, Corinthians e Atlético-MG construíram uma hegemonia ainda maior.

O campeão continental de 2021 vai levantar o troféu da competição número um da Conmebol pela terceira vez e igualar o recorde de São Paulo, Santos e Grêmio, os maiores vencedores vindos do Brasil.

Melhor time da América do Sul em 1999 e 2020, o Palmeiras também chegou à final em 1961, 1968 e 2000. Já o Flamengo saiu de campo vitorioso nas duas decisões que disputou: 1981 e 2019.

O vencedor da Libertadores-2021 ainda não sabe quando irá disputar o Mundial de Clubes. A próxima edição do torneio será realizada nos Emirados Árabes, em fevereiro do próximo ano. No entanto, as datas oficiais ainda não foram divulgadas pela Fifa.