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Rafael Reis

Maradona quase jogou no Santos na década de 1990: verdade ou lenda?

Maradona, o craque da Copa do Mundo-1986, por pouco não jogou no Santos - Alessandro Sabattini/Getty Images
Maradona, o craque da Copa do Mundo-1986, por pouco não jogou no Santos Imagem: Alessandro Sabattini/Getty Images

08/10/2020 04h20

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O Santos foi a casa do maior jogador de todos os tempos, Pelé. E, por muito pouco, não cedeu sua histórica camisa 10 ao atleta que os torcedores argentinos costumam jurar de pés juntos que foi ainda melhor que o Rei do Futebol.

Durante a década de 1990, a equipe paulista quase conseguiu contratar Diego Armando Maradona. Pelo menos, é essa a história que circula há décadas pela Baixada Santista e que de vez em quando dá as caras também nas redes sociais de torcedores do clube.

Mas será que isso realmente aconteceu e Don Diego quase pintou no futebol brasileiro? Ou tudo não passa de mais uma das incontáveis lendas urbanas que tanto fazem sucesso no mundo do futebol, como o autismo de Lionel Messi e a transexualidade de Marco Verratti?

Sim, a história é verídica e foi contada até mesmo pelo site oficial do Santos. De acordo com a publicação, foi inclusive Pelé quem intermediou a negociação que pretendia levar o argentino para a Vila Belmiro.

As conversas para Maradona vestir o tradicional uniforme branco aconteceram no primeiro semestre de 1995, enquanto ele cumpria os 15 meses de suspensão por ter sido pego no antidoping por efedrina durante a Copa do Mundo dos Estados Unidos, no ano anterior.

Na época, a Pelé Sports & Marketing, empresa do Rei do Futebol, era bastante próxima da diretoria santista e obteve dela a autorização para correr atrás da contratação do então veterano de 34 anos.

Até mesmo o valor da transação chegou a ser acordado. Para ter Maradona, o Santos desembolsaria US$ 6 milhões (quase R$ 34 milhões na cotação atual), um valor que até então nenhum clube brasileiro havia pago por um jogador.

Mas o sonho do torcedor alvinegro acabou não se concretizando. Influenciado pela família, que preferia continuar morando no Argentina, o astro optou por voltar ao Boca Juniors, seu time de coração, onde jogou por duas temporadas até encerrar a carreira, em 1997.

Logo depois, o Santos fez uma nova investida para tentar tirar Maradona da aposentadoria. Em fevereiro de 1998, aproveitou um passeio do craque pela Vila Belmiro para retomar as conversas iniciadas três anos antes. Mas, nessa segunda vez, não houve nenhuma negociação formal.

Pelo menos dois outros clubes brasileiros também tiveram a possibilidade, em diferentes momentos, de trazer o argentino para jogar no futebol mais vitorioso do planeta.

O primeiro foi a Portuguesa. Em 1975, quando Don Diego era um adolescente que sequer havia estreado pela equipe profissional do Argentinos Juniors, o jogador foi oferecido pelo ex-jornalista e empresário Juan Figer a um diretor da Lusa. O cartola, no entanto, acho que pagar US$ 300 mil (R$ 1,7 milhão) era uma aposta arriscada demais.

Já o Palmeiras foi atrás de Maradona no começo da "era Parmalat". Em 1992, entrou em contato com o Napoli para tentar contratar o astro, que também estava voltando de uma outra suspensão por doping (cocaína). Mas o Sevilla chegou primeiro, ofereceu mais dinheiro e assinou com o camisa 10.