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Corinthians planeja quitar dívida com Caixa 13 anos após previsão inicial

Neo Química Arena antes de Corinthians x Juventude - Yago Rudá/UOL Esporte
Neo Química Arena antes de Corinthians x Juventude Imagem: Yago Rudá/UOL Esporte

22/06/2022 04h00

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O acordo alinhavado por representantes do Corinthians, mas ainda não assinado, com a Caixa Econômica Federal prevê que a dívida com o banco será paga 13 anos após a data estabelecida inicialmente.
Em 2014, o blog do Rodrigo Mattos, no UOL, mostrou detalhes do contrato firmado entre a instituição financeira e a empresa Arena Itaquera, criada sob o controle de Corinthians e Odebrecht. O clube assina os papéis como interveniente.
O documento trata do pagamento do empréstimo de R$ 400 milhões feito pela Caixa no BNDES para viabilizar a construção da arena alvinegra.
Como mostrou a reportagem na ocasião, o pagamento do empréstimo deveria ocorrer a partir de junho de 2015 com prazo para a quitação de 161 meses. Ou seja, a previsão era de que a dívida fosse quitada até 2028.
Na última segunda (20), a diretoria do Corinthians revelou detalhes do acordo costurado com a Caixa para encerrar cobrança de dívida feita na Justiça pelo banco contra a Arena Itaquera e para estabelecer um refinanciamento.
O trato prevê que o débito seja pago até 2041. Entre 2023 e 2024, devem ser pagos os juros da operação. A partir de 2025, acontece a quitação do valor principal em parcelas trimestrais.
A dívida atualizada até janeiro de 2022, segundo as informações levadas ao Cori, é de R$ 611 milhões. O acordo ainda pode sofrer alterações.
Não é demais lembrar que, também em 2014, o Blog do Juca Kfouri, no UOL, publicou contas de Andrés Sanchez, ex- presidente do Corinthians, para pagar o débito total (não só com a Caixa) pela construção da arena. O débito foi projetado por ele na ocasião em R$ 1.050 bilhão. Os cálculos otimistas de Sanchez defendiam a tese de que até seria possível acabar com a dívida em seis anos.
Esta coluna pediu ao departamento de comunicação do Corinthians um posicionamento oficial sobre os motivos que inviabilizaram o pagamento no prazo previsto inicialmente. A resposta foi que não seria emitido posicionamento sobre o assunto devido às cláusulas de confidencialidade do contrato.
Alegando que a Arena Itaquera atrasou parcelas referentes ao financiamento de R$ 400 milhões, o banco executou o contrato exigindo o pagamento da dívida total. Com multa, a cobrança chegava a cerca de R$ 536 milhões, nas contas da Caixa, no início da ação apresentada em 2019 à Justiça Federal de São Paulo. O Corinthians contestou o valor. Desde novembro de 2020, cartolas corintianos dão como certo um acordo com a Caixa para encerrar o processo e estabelecer um novo parcelamento em condições melhores para o clube.
No último dia 9, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu o processo, a pedido das partes, por mais 90 dias na tentativa de finalizar o trato.
Na próxima segunda (27), o acordo alinhavado com a Caixa será apresentado ao Conselho Deliberativo do clube, que debaterá o tema. Só depois acontecerão eventuais ajustes finais e a assinatura do compromisso para que o processo seja encerrado.