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Mauro Cezar Pereira

Família não quis depor para ajudar brasileiro preso na Rússia, diz advogado

Robson era motorista do volante Fernando quando foi preso na Rússia - Reprodução
Robson era motorista do volante Fernando quando foi preso na Rússia Imagem: Reprodução

04/04/2020 12h54

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No dia 31 de março, o blog publicou entrevista com Fernando Cassar, advogado de familiares do jogador de futebol Fernando. O volante, que defendia o Spartak Moscou, contratou Robson Oliveira para ser seu motorista na Rússia em 2019. Ele acabou preso ao, no desembarque, ter revistada a bagagem, onde encontraram um medicamento proibido naquele país: Mytedom 10mg (cloridrato de metadona).

O remédio, permitido no Brasil, era de William Pereira de Faria, sogro do jogador, atualmente no Beijing Guoan da China. Mas Robson foi detido por porta-lo, e segue atrás das grades. Após a publicação da entrevista com Cassar, o advogado do brasileiro preso há 383 dias procurou o blog para dar sua versão do caso e rebater afirmações. Abaixo, aspas para Olímpio Soares.

"Em primeiro lugar, eles (Fernando e sua família) não estão cooperando tecnicamente no processo, tendo em vista que não aceitaram fazer o depoimento aqui no Brasil. À época eu falei que teria validade jurídica na Rússia, se fossem traduzidos por um tradutor juramentado e apostilados em cartório aqui no Brasil.

Eles se apegam ao fato de não terem recebido uma intimação oficial da justiça russa para fazerem isso. Mas têm o dever de ajudar. E sabendo que esses depoimentos seriam de suma importância para mostrar a boa-fé do Robson ao levar uma mala sem ter conhecimento do que estava dentro da mesma. Eles teriam o dever de dar esse depoimento, com ou sem pedido da justiça russa.

Quanto a estarem pagando passagens, fizemos um acordo de cooperação em que foram estipulados por eles três viagens anuais a Moscou. Não tive como não aceitar essa imposição deles, caso eu não aceitasse, os honorários dos advogados não seriam compactuados em contrato e o Robson ficaria com a defensoria pública russa.

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No tocante ao farto de alegarem não saber que o remédio é proibido na Rússia, isso não passa de um meio de se eximirem de qualquer culpa ou dolo no fato que culminou na prisão do Robson. Inclusive temos provas testemunhais que serão usadas em um futuro processo, que afirmam que a senhora Raphaela (mulher de Fernando) costumava pedir para brasileiros em grupos de WhatsApp que moravam em Moscou que trouxessem o remédio para o pai dela.

E foi avisada que o remédio era proibido. Inclusive chegaram até a pedir esses medicamentos para o médico do Spartak e ela foi advertida que o remédio era realmente proibido no território Russo. Isso tudo temos como comprovar.

É de suma importância que eu, como outorgado pela família de Robson, acompanhe isso de perto. Requisitei passagens mensais e isso me foi negado. Ofereçam duas passagens anuais e no final ficou acertado que são três. No tocante à passagem para a mãe do Robson, coloquei no novo contrato que era importante ter uma cláusula onde eles cederiam uma passagem anual à Dona Vanda para visitar o filho e que ficaria a critério dela se ela viajaria ou não. Isso também me foi negado.

Tenho tudo nos e-mails que trocamos e isso mostra que não estão ajudando tanto assim como o advogado da Sibele fala na entrevista. Estão mais preocupados com o lado financeiro do que em prestar assistência ao Robson. Vale ressaltar que o Doutor Fernando Cassar, alegou para mim que não é advogado do Fernando e sim da senhora Sibele e do senhor William (sogros do jogador)".