Corinthians, São Paulo e Bragantino vencem bem, mas o Galo vacila em casa

Quando sortearam as chaves da Libertadores, escrevi aqui no UOL e falei nos debates sobre os grupos do Corinthians e do Atlético-MG.

Na minha visão, o grupo do Corinthians seria bem difícil. E, para o time do Parque São Jorge não se complicar, teria que ganhar as duas partidas contra o Liverpool, do Uruguai, por ser a equipe mais fraca desse grupo.

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Nesta quinta-feira (6), o Timão foi lá no histórico estádio Centenário, em Montevidéu, e fez mais do que ganhar: arrasou com o time uruguaio, vencendo com tranquilidade e se impondo com personalidade. O time conseguiu se virar bem mesmo com a contusão do Renato Augusto. E, além dos três pontos, também garantiu um número de gols importante para lutar pela classificação.

O time marcou em momentos cruciais de uma partida de futebol. O gol do Balbuena saiu num escanteio na última jogada do primeiro tempo. Logo aos 4 minutos do segundo tempo, Róger Guedes fez 2 a 0, desmontando qualquer tipo de reação do Liverpool. E, para matar o jogo, aos 18 minutos o camisa 10 corintiano fez o terceiro do Timão, confirmando a vitória na estreia da Libertadores.

Este resultado dá uma boa amenizada na vergonhosa eliminação precoce do Campeonato Paulista, deixando o ambiente mais leve e os jogadores, mais seguros.

Na próxima rodada, no dia 19, vai enfrentar o ótimo time do Argentinos Juniors, que venceu o Independiente del Valle em casa. O jogo será na Neo Química Arena e, se vencer, o Corinthians fica em primeiro no grupo, dando um passo super importante para a classificação.

Começar bem na Libertadores limpa a estrada. Pois é, mas a estrada do Galo ficou cheia de buracos, porque perdeu para o Libertad por 1 a 0, em pleno Mineirão, e jogando muito mal.

O Atlético-MG sem a presença do Hulk fica muito previsível, perde a agressividade e, nesse jogo, foi uma presa fácil para o time paraguaio — ele não jogou na estreia do Galo porque foi suspenso por causa dos cartões amarelos na pré-Libertadores.

A vitória do Libertad foi merecida, porque jogou melhor. Logo aos 9 minutos, numa bela jogada, o meia Diego Gómez bateu forte da entrada da área e fez o gol.

Depois disso, o time paraguaio foi muito mais perigoso, enquanto o Galo foi se desmontando aos poucos. Foi uma equipe desorganizada, sem poder de reação e com muitos jogadores jogando mal.

Paulinho, de quem sou fã, sentiu muito a falta do Hulk, porque estão entrosados e se procuram para fazer as jogadas ofensivas, como foi no terceiro gol na vitória contra o América-MG na primeira partida da final do Campeonato Mineiro.

O camisa 10 do Galo fez um jogo apagado, mas tentando criar e finalizar. Só que não conseguiu ser perigoso como vem sendo.

Vargas foi péssimo, e fazia tempo que não via o craque chileno fazer uma partida tão ruim. E um dos erros do treinador Coudet foi exatamente não ter tirado o Vargas do jogo. Ele é um ótimo jogador, mas quando se percebe que nada dá certo, o treinador precisa agir rápido, e o Coudet não fez.

O segundo tempo foi muito ruim, e as alterações não deram certo. Rubens, que entrou no lugar do Dodô, não acertou um cruzamento e um passe, o que também aconteceu com o Zaracho.

Quando comentei sobre esse grupo, disse que os favoritos seriam o Galo e o Furacão, mas que eles precisavam tomar cuidado com o Libertad, que é o terceiro melhor time da chave e poderia ficar de camarote só vendo os brasileiros se matarem e ficar com uma vaga.

Essa vitória em pleno Mineirão pode deixar o Libertad numa situação muito confortável caso vença o Alianza Lima na segunda rodada em Assunção. Até porque jogarão Athletico x Atlético-MG na Arena da Baixada. Quem perder, principalmente o Galo, irá se complicar. Na verdade, o empate também seria péssimo para o time mineiro.

É isso, o Grupo E, que é o do Corinthians, e o Grupo G, dos Atléticos, são os dois mais difíceis, porque têm três times para duas vagas. E aí não se pode vacilar em casa, como fez o Galo. Nessa primeira rodada da Libertadores, só dois times brasileiros venceram: Fluminense e Corinthians.

Depois da Libertadores, as duas últimas equipes brasileiras estrearam na Copa Sul-Americana. O Bragantino foi até Assunção e, no difícil estádio Defensores del Chaco, goleou o Tacuary por 4 a 1, com direito a um gol olímpico de Juninho Capixaba.

Mais um time que foi eliminado precocemente do Campeonato paulista e precisava recuperar a confiança. Nada melhor do que uma estreia com vitória num torneio continental.

Um clube empresa muito estruturado, que ainda não conseguiu alcançar o patamar que pretendia e terá mais um ano importante para conseguir se colocar entre os grandes times do futebol brasileiro.

E teve também a estreia do Tricolor paulista, que está no mesmo pacote de Corinthians, Santos, Bragantino, ou seja, passaram vergonha no Paulista e entraram para as copas continentais com a torcida e a imprensa em dúvida do que poderia acontecer.

Bom, o Tricolor foi para uma estreia teoricamente perigosa, não só na bola. Se falou muito que seria uma guerra, porque a última vez que o Tigre e São Paulo se enfrentaram foi na final da Sul-Americana de 2012, na partida que não terminou - o São Paulo foi campeão porque terminou o primeiro vencendo por 2 a 0.

Onze anos depois, caíram no mesmo grupo e a tabela colocou esse confronto na primeira rodada lá na Argentina.

Durante uma semana se falou mais em uma possível guerra violenta do que numa partida de futebol. Bom, aqueles que estavam torcendo por isso se frustraram, porque teve um jogo que nada de anormal aconteceu.

No primeiro tempo o Tigre levou mais perigo, e o destaque foi o ótimo goleiro Rafael, do Tricolor, que fez umas quatro defesas difíceis, sendo o responsável pelo 0 a 0 até o intervalo.

Já no segundo tempo, o São Paulo foi se soltando, ganhando terreno no campo adversário, e mesmo sem fazer uma grande partida conseguiu chegar duas vezes ao gol com o centroavante Erison, conquistando uma importante vitória por 2 a 0.

O time do Rogério Ceni não foi brilhante, mas mostrou que talvez tenha encontrado um goleiro que possa passar uma tranquilidade que a torcida não tinha há um bom tempo. Mas não podem se iludir, porque o time é muito frágil e está longe de ser competitivo. Mas teve um começo de Sul-Americana melhor do que se esperava.

Esse foi o resumo dessa primeira rodada dos últimos times brasileiros a estrear nas duas competições continentais. O pior resultado, sem dúvida, foi o do Galo, que perdeu em casa.

Agora, uma pausa para as finais dos Estaduais no final de semana.