São Paulo precisa agir rápido por novo técnico. E tenho os meus favoritos

Sou contra a demissão precoce de treinadores, a não ser que fique claro que o profissional não tem mais comando, ambiente e que o time não reage. Era exatamente essa a situação de Thiago Carpini.
Tem várias questões que envolvem a demissão confirmada hoje pela diretoria tricolor.
O São Paulo "entrou numas" de entrevistar treinadores. Na época, falei que isso só servia para treinadores jovens, como o próprio Carpini, e não para treinadores experientes e rodados.
O clube tentou entrevistar o argentino Luis Zubeldía, e logo de cara já levou um grande "não". O técnico havia acabado de vencer a Sul-Americana com a LDU e não é um treinador para se fazer "entrevista de emprego". Quer seu trabalho? Vai lá, contrata e pronto.
É muita pretensão, de qualquer clube, querer fazer entrevistas com técnicos já campeões. E esse foi um dos primeiros erros que a diretoria do São Paulo cometeu.
Perdeu Dorival Junior para a seleção brasileira? Defina um perfil de treinador, escolha e vá tentar contratá-lo. Com a "ideia genial" das entrevistas, perdeu a chance de ter um treinador experiente desde o começo da temporada.
A escolha por Carpini, a princípio, foi ótima, porque é um treinador jovem, com bons trabalhos em times menores, como ter colocado o Juventude na série A. Ele, sem dúvida, também foi bem mais barato do que treinadores já consagrados.
Ele até ganhou a Supercopa do Brasil nos pênaltis em cima do Palmeiras e quebrou o tabu de não vencer na Neo Química Arena, mas depois disso foi tudo ladeira abaixo.
Ficou evidente a mudança de postura de Carpini nas coletivas e falas sobre o elenco. Em participação no programa Boleiragem, ele até explicou, com muita arrogância, como iria usar James Rodríguez no time.
Por falar em James, o colombiano foi um dos grandes problemas que Carpini teve no São Paulo e não soube resolver por sua inexperiência.
Para mim, os erros mais graves de Carpini foram os constantes equívocos nas substituições durante as partidas.
Agora, o São Paulo precisa agir rápído e ser certeiro na contratação de um novo técnico.
O time já perdeu as duas primeiras partidas do Brasileiro, e no final de semana irá a Goiânia enfrentar o Atlético-GO. A vitória é essencial, porque o Brasileirão é traiçoeiro e, se começar muito mal, terá muita dificuldade para correr atrás.
O São Paulo precisa, também, entender que é preciso ter os pés no chão e compreender que tudo mudou. Hoje em dia, os treinadores querem trabalhar em clubes seguros, perfil que muitos times grandes do Brasil não têm mais.
O São Paulo é gigante, mas esse papo de "entrevistar treinador" é de uma soberba sem tamanho, tanto que o preferido do início do ano, Luís Zubeldía, sequer aceitou a possibilidade de abrir conversa.
Se eu fosse dirigente tricolor, pensaria em dois nomes como preferência: o próprio Luís Zubeldía ou Juan Carlos Osorio, que já treinou o São Paulo e só deixou o clube para assumir a seleção mexicana.
Ele já conhece o ambiente, é muito experiente e tem em seu currículo até a Copa do Mundo.
Mas a diretoria precisa agir rápido, e de maneira eficiente, para evitar um novo vexame.
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